O maior desafio das organizações sem fins lucrativos sempre foi e continua sendo encontrar a melhor forma de captar recursos para seus projetos sociais. Com o passar dos anos cada vez mais pessoas têm conhecido e procurado o crowdfunding (ou financiamento coletivo), enxergando-o como a alternativa mais simples e viável de continuar lutando por uma causa. Embora esse modelo de financiamento venha sendo trabalhado há bastante tempo no cenário mundial, ainda é pouco reconhecido como uma nova indústria para muitas instituições brasileiras.
O crowdfunding oferece à essas instituições uma nova chance de sucesso, possibilitando-as apresentar seus projetos para o mundo inteiro. Ao contrário do modelo de investimento tradicional, o financiamento coletivo é, por definição, a prática de financiar um projeto captando pequenas quantias de dinheiro através de um grande número de pessoas, geralmente através da Internet.
Terceiro Setor se reinventa em busca de doações
A maioria das organizações sem fins lucrativos ainda depende da generosidade dos doadores, embora os padrões estejam mudando. Uma década atrás, benfeitores estavam inclinados a apoiar várias organizações. Hoje, os doadores do Terceiro Setor escolhem uma organização e contribuem valores mais altos para maximizar o seu impacto.
Entretanto, com o caótico cenário econômico, as ONGs terão que procurar novas formas de chamar a atenção dos possíveis contribuintes em 2016 e já existem algumas lacunas sendo preenchidas para facilitar esse processo. Confira algumas previsões para o Terceiro Setor nesse ano:
- Com tantos desastres ocorrendo em escala mundial, tanto naturais quanto premeditadas, como ataques terroristas, o Governo deve se aproximar cada vez mais das organizações sem fins lucrativos que sempre lutaram para defender e auxiliar as vítimas. Tome como exemplo a tragédia ambiental em Mariana, Minas Gerais, que tomou proporções imensuráveis. As organizações que se mobilizaram para minimizar os efeitos negativos tiveram enorme visibilidade perante a sociedade e, claro, a mídia.
- As organizações sentirão a importância de um espírito empreendedor no time. Se torna cada vez mais necessária a capacidade de tomada rápida de decisões, mudanças de planos, apresentação de soluções e, claro, inovação – explorando novas parcerias e colaborações, e ampliando sua capacidade de manter-se além de suas estratégias de captação de recursos presentes.
- A comunicação entre organização e público deve ficar muito mais clara. As ONGs devem fazer mais investimentos em pesquisa e metodologia afim de levar informações mais didáticas para que os leigos se situem do tema abordado pela instituição. As apostas são sites mais limpos e claros, que tragam mais dados e gráficos, melhorando assim sua narrativa de impacto. Algumas perguntas devem ser obrigatoriamente respondidas nesse discurso: “Qual é a causa que minha organização defende?”, “Por que lutamos por isso?”, “Por que sua ajuda é de extrema importância?” e “Como você pode ajudar?”.
- Como adendo ao tópico acima, produção de conteúdo continua a ser a ferramenta de marketing mais eficaz para organizações sem fins lucrativos. As ONGs devem treinar e incentivar programa e outros membros da equipe para compartilhar suas histórias de campo e especialização, assim como criação de mais conteúdo em várias plataformas, em um esforço para aumentar a visibilidade da sua organização, posicionamento e liderança de pensamento.
Isso quer dizer que, para continuar captando recursos para seus projetos, as organizações devem se adaptar e evoluir junto com o cenário em que estão inseridas e essa versatilidade será um diferencial imprescindível para qualquer instituição.