Diversificar as fontes de recursos deve fazer parte da estratégia de captação de todas as organizações. Com a diversificação, somos menos dependentes de poucos doadores, conseguimos lidar melhor com as crises e é possível planejar de forma mais adequada o investimento da própria organização. Dentro dessa linha de raciocínio, uma boa maneira de diversificar é pensar na captação de recursos internacional (financiamento internacional).
A captação de recursos internacional pode ser feita, principalmente, de duas formas: desenvolvendo parcerias de longo prazo com organizações financiadoras (grantmakers), ou enviando projetos para os editais dessas e de muitas outras organizações.
A primeira opção é cada vez mais difícil hoje em dia: os grandes financiadores internacionais se retraíram, ou mudaram de foco, e é menor a chance de se conseguir um parceiro de longo prazo, daqueles que investem recursos por anos seguidos na nossa organização, e permitem que esse recurso seja usado da forma como melhor entendemos, inclusive em despesas correntes.
Já a segunda opção, enviar projetos para editais de financiadores internacionais, é cada vez mais comum. Nos últimos quatro anos, desde que comecei a listar os editais internacionais disponíveis para organizações brasileiras, encontrei mais de 120 financiadores, e esse número não para de crescer.
E quem são esses financiadores?
Eles podem ter várias origens: são agências governamentais de países desenvolvidos, como União Europeia (Europeiad) e governo dos Estados Unidos (USAid), e são bancos multilaterais, como BID e Banco Mundial.
Podem ser também agências da ONU, e são várias delas com editais abertos todos os anos, como o Fundo das Nações Unidas para a Democracia (UNDEF) e a ONU Mulheres (UN Women).
Mas também são organizações da sociedade civil, são ONGs, de pequenas a grandes, que financiam projetos no mundo todo. Nesse caso, há desde a Fundação Bill & Melinda Gates, a maior “grantmaker” do planeta, como o Fundo Guarda-Chuva Vermelho (Red Umbrella Fund), que apoia pequenos projetos de grupos que abordam o tema da prostituição. Há de tudo nesse mundo, um grande mix de organizações pelo planeta e de causas que elas apoiam financeiramente.
Leia o artigo na íntegra no site da Escola Aberta do Terceiro Setor.
Por: João Paulo Vergueiro, Diretor Executivo da ABCR – Associação Brasileira de Captadores de Recursos