Para falar sobre autocuidado, convidamos Nicole Vendramini, co-fundadora da Holistix, uma plataforma de saúde e bem-estar que acredita no poder dos mini-hábitos, e ela nos presenteou com o texto a seguir:
Falar de suicídio é, obviamente, refletir sobre algo sério: é um tema complexo e, sem dúvidas, multifatorial. Mas é preciso também falar sobre as pequenas coisas – comportamentos, hábitos, influências digitais – que, dia após dia, alimentam uma insatisfação e vazio tão profundos que levam muitos a uma atitude drástica.
A Holistix é uma plataforma de saúde e bem-estar que acredita no poder dos mini-hábitos. Rotina pra gente é algo valioso, já que sabemos que um hábito puxa o outro – seja ele bom ou ruim. Nas nossas redes falamos sobre o impacto das pequenas atitudes e escolhas que repetidas todos os dias, podem nos levar para um lugar muito melhor. A gente acredita no passo a passo, no pouco a pouco. Mas sabemos que o resultado pode ser muito poderoso.
Como olhamos para a saúde – mental e física – o tempo todo, é natural que a gente fale sobre o setembro amarelo sob essa perspectiva. E uma das coisas mais importantes que podemos trazer para essa conversa é o tal do autocuidado: esse termo que virou moda, e que de alguma forma foi sendo apropriado pela indústria do selfcare, na verdade tem muito mais potência do que imaginamos.
Para nós, autocuidado não é fazer algo que vai te dar uma sensação boa agora, mas sim fazer escolhas (muitas vezes difíceis) que você vai agradecer a si mesmo no futuro. Autocuidado, definitivamente, não é só comer um docinho qualquer pra se mimar. É também escolher pular a sobremesa (mesmo com uma vontade louca) porque você sabe que esse é um passo importante no seu caminho por uma alimentação melhor. E não, não é simplesmente fazer uma máscara facial. É, por exemplo, usar esse ritual como lembrete de um hábito novo que vai te ajudar a lidar melhor com as suas emoções.
Na Holistix trazemos os mini-hábitos e rituais de autocuidado não como uma busca por pequenos prazeres que vão nos distrair do real motivo do nosso incômodo. O que queremos é que pequenos momentos de respiro tenham significado e ajudem a nos comprometer com o nosso próprio desenvolvimento, inclusive quando isso significa pedir ajuda para fazer o trabalho dolorido de entender a causa-raiz dos nossos (muitas vezes grandes e assustadores) desconfortos.
Para muito além dos clichês, acreditamos que autocuidado não é só pular o exercício em um dia que você não está se sentindo disposto. É também ativamente encarar uma prática de yoga mais difícil do que você está acostumado porque você sabe que sairá melhor dela do que entrou. Autocuidado não é só parar quando está precisando de um descanso. É parar de encontrar desculpas pra não incorporar aquele hábito que você se comprometeu que na segunda iria começar.
Hoje sabemos que o autocuidado não pode ser uma distração do que está acontecendo na sua vida, mas pode ser um caminho pra lidar com tudo o que acontece nela.