Quem trabalha no terceiro setor sabe que é muito importante entender melhor sobre a área para, assim, conseguir formular boas estratégias de captação de recursos.
Pesquisas que reúnem dados sobre doações são muito importantes, então, pois servem para gerar insights valiosos para as OSCs e para trazer uma melhor compreensão sobre o terceiro setor.
Pensando nisso, o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) publica anualmente uma pesquisa apresentando as perspectivas da filantropia no Brasil.
Como o próprio instituto ressalta: “Buscamos trazer uma leitura do cenário, identificar ações inspiradoras e apontar caminhos para um investimento social privado mais estratégico e transformador.”
Em março, foi lançada a edição de 2023, que apresenta 8 tendências para este ano e nos mostra que a ousadia e a inovação são os principais elementos que estão sendo aplicados atualmente no terceiro setor.
Continue lendo este artigo para entender um pouco mais sobre cada tendência identificada e confira a pesquisa completa para se aprofundar no assunto!
8 perspectivas para a filantropia brasileira
A potência do diálogo para a construção de pontes
Nos últimos anos, o país tem sido dividido por tensões políticas, o que dificulta a promoção de debates sobre questões sociais.
Por isso mesmo, pessoas filantropos e investidoras sociais passaram a valorizar cada vez mais o diálogo e a construção de coalizões, parcerias e redes, que reúnem até mesmo grupos concorrentes.
Muito além de responsabilidade: legado
As empresas estão cada vez mais preocupadas com o seu legado, ou seja, elas querem agir de acordo com seus propósitos para, além de lucrar, trazer resultados positivos para a sociedade.
Essa é uma tendência que já estava ocorrendo em outros anos e que se intensifica em 2023.
Para além de um discurso bonito, as empresas devem de fato se engajar em causas sociais e ambientais, atuando em parceria com OSCs para promover a agenda ESG.
Diversificação das formas de financiamento
A filantropia brasileira está evoluindo junto com as novas tecnologias!
Por isso, é importante que as OSCs não fiquem restritas aos formatos tradicionais de doação. Existem inúmeras possibilidades novas, que podem ser exploradas para se adequar aos diferentes perfis de filantropia.
Por isso, é importante ousar, pensar fora da caixa e sempre estar por dentro das novas inovações tecnológicas.
O número não é o ponto final
As pessoas filantropas estão cada vez mais interessadas em mensurar as mudanças sociais produzidas por uma iniciativa.
Mas, além de coletar dados sobre o impacto da sua OSC, é importante analisá-los para criar estratégias e também engajar diferentes stakeholders no processo, divulgando, assim, os resultados positivos.
Agendas ambiental e social andam lado a lado
A proteção do meio ambiente está diretamente relacionada com a garantia dos direitos humanos, principalmente das comunidades tradicionais.
Assim, essas pautas estão cada vez mais conectadas!
Para ter uma atuação efetiva, tanto na área ambiental quanto social, é importante compreender o cenário completo e buscar realizar alianças caso a sua organização não compreenda bem alguma questão.
Terceiro setor engajado na promoção de políticas públicas
Em uma democracia, é importante garantir que membros e membras da sociedade civil participem do debate sobre formulação de políticas públicas.
As OSCs possuem muito conhecimento acerca de causas sociais, por isso são capazes de contribuir para a criação de políticas públicas apoiando legisladores e legisladoras a levar adiante demandas sociais.
A tendência é que as organizações do terceiro setor contribuam cada vez mais com o poder público para realizar mudanças efetivas.
Fortalecimento da sociedade civil organizada
As OSCs sempre foram muito importantes no Brasil, mas nos últimos anos as suas contribuições têm sido ainda mais evidentes.
Assim, percebe-se que a população está passando a confiar cada vez mais na atuação de organizações do terceiro setor.
O Edelman Trust Barometer 2023, por exemplo, revelou que 60% das pessoas confiam nas ONGs do Brasil e que essa confiança está crescendo.
Além disso, doadores e doadoras estão se engajando mais com as causas que apoiam. Isso significa que as OSCs que mostram uma estrutura clara de governança e que promovem a transparência atraem mais doações.
O povo brasileiro está confiando mais na atuação das ONGs, mas também é importante que as próprias organizações fortaleçam essa relação de confiança.
Filantropia familiar mostra a sua cara
As pessoas estão falando mais sobre as doações que elas, ou que suas famílias, fazem para organizações da sociedade civil.
As famílias que possuem uma condição financeira mais favorável realizam mais doações e divulgam esses atos, principalmente nas redes sociais.
Falar sobre doações é importante, pois estimula a prática e inspira outras pessoas a se tornarem doadoras!
Assim, se você trabalha em uma organização do terceiro setor, é importante entender que cada vez mais seus doadores e suas doadoras querem compartilhar suas ações com os outros.
Então, estimule esse compartilhamento e crie estratégias para que as pessoas compartilhem mais informações sobre o seu trabalho.
Essas são as tendências que o IDIS identificou para o ano de 2023. Se você quer entender melhor sobre elas, é só baixar a pesquisa gratuitamente no site do Instituto.
Pesquisas como essa são importantes para nos ajudar a compreender melhor o cenário do terceiro setor e o comportamento de doadores e possíveis doadores!
Leia esses dados com cuidado e aproveite para tirar insights sobre a atuação da sua organização.
Ah e continue acompanhando o nosso Portal de Conteúdo para ler mais informações sobre o terceiro setor.