Quem passou pelo Ensino Médio e não leu “Feliz Ano Velho”, meu caro, não passou pelo Ensino Médio. É a obra mais conhecida de Marcelo Rubens Paiva e foi best-seller nos anos 1980.
A história é autobiográfica, onde a partir do acidente que sofreu ao dar um mergulho e bater a cabeça, Marcelo vê sua vida mudar radicalmente. Seus dias no hospital, as visitas que recebeu, as histórias que viveu são relatadas sob uma nova perspectiva: a de um jovem que sempre fez tudo o que podia e queria, e que, agora, sentado em uma cadeira de rodas, vê-se impotente diante dos acontecimentos, dependendo da ajuda de amigos e familiares para reaprender a viver.
Não, ele não se vê como herói ou exemplo para ninguém. Muitas vezes relata suas fraquezas, machismos e loucuras. Mesmo assim, é uma luta muito bonita e que reflete o diferente na sociedade.
“Meu futuro é uma quantidade infinita de incertezas. Não sei como vou estar fisicamente, não sei como irei ganhar a vida e não estou a fim de passar nenhuma lição. Não quero que as pessoas me encarem como um rapaz que apesar de tudo transmite muita força. Não sou modelo pra nada. Não sou herói, sou apenas uma vítima do destino, dentre milhões de destinos que nós não escolhemos, aconteceu comigo.”
Selecionamos alguns projetos que tratem de pessoas com deficiência física e que lutam para melhor informar as pessoas.
Instituto Novo Ser
Depois de um acidente de carro, Nena Gonzalez largou tudo para ajudar seu filho que havia ficado tetraplégico. Para superar a dor, resolveu ajudar quem também passava por isso e informar melhor as pessoas: fundou o Instituto Novo Ser.
“A ONG foi maravilhosa para mim. Fiz de um momento difícil a chave para uma grande mudança, que me deixou ainda mais realizada”
A ONG quer desconstruir a ideia de passividade que tem-se de pessoas com deficiência, integrando-os aos meios sociais e colocando em termos de igualdade com as outras pessoas. Vale a pena conhecer!
ONG Pro Infirmis
A ONG suíça Pro Infirmis resolveu fazer uma sensibilização mundial em relação aos padrões vigentes na sociedade: colocou manequins fabricados de acordo com as medidas de tetraplégicos, pessoas com paralisia cerebral e deformações congênitas. O trabalho foi filmado e transformado em um filme de quatro minutos, Wer ist schon perfect? (afinal, quem é perfeito?), disponível no canal da ONG no Youtube:
Além dessa, a ONG já desenvolveu outras campanhas, como o medo que as pessoas têm de se aproximar de portadores de deficiência por puro preconceito. É emocionante:
Você pode conhecer um pouco mais da ONG no site que está disponível em francês e alemão.
Esta vaga não é sua nem por um minuto
A campanha é em respeito as vagas exclusivas para pessoas com deficiência (e de certa forma, também para os idosos). Sim, tem gente que não se toca disso!
As vagas reservadas possuem características que facilitam a mobilidade da pessoa com deficiência, como um espaço nas laterais do carro de 1,5 metros e proximidade às entradas e rampas de acesso. Embora seja uma lei, há muito desrespeito por parte das pessoas que não possuem deficiência e ocupam essas vagas, com desculpa de urgência ou que não as ocuparão por muito tempo.
Como surgiu? A agência TheGetz, após um fato marcante de desrespeito aos direitos das pessoas com deficiência, vivenciado pela empresária tetraplégica Mirella Prosdócimo, atual secretária da pessoa com deficiência do governo de Curitiba, sensibilizou-se com o acontecido e criou uma campanha com o objetivo de mobilizar as pessoas quanto ao respeito às vagas de estacionamento reservadas para pessoas com deficiência. Hoje o movimento é gerenciado por nós da Nossa Causa.
Acompanhe e compartilhe essa ideia: facebook e site.
Por fim:
Também vale a pena conferir o texto do Marcelo Rubens Paiva, aquele do livro “Feliz Ano Velho”, sobre a bondade humana com os deficientes. Aproveite!