O grupo Do Luto à Luta: Apoio à perda gestacional surgiu da repercussão de um post, em uma rede social, relatando duas experiências pessoais vivenciadas em 2014, em uma maternidade no Rio de Janeiro. Após sua divulgação, o grupo recebeu inúmeros relatos de mulheres traumatizadas com o atendimento recebido, em diversas maternidades pelo Brasil, em situações semelhantes – violência obstétrica, situações traumáticas, luto não reconhecido.
Por isso a necessidade dos encontros mensais com aqueles que se sentem diretamente afetados pela perda gestacional e desejam compartilhar suas experiências e sentimentos. Para ir além das pessoas que passaram por este tipo de perda, a ideia é iniciar um grupo de trabalho com profissionais de saúde e aqueles que trabalham com gestante, a fim de auxiliar na reflexão da assistência prestada à perda gestacional.
O grupo Do Luto à Luta acredita que é preciso dar voz para as pessoas que são diretamente afetadas pela conduta e assistência prestada e aos profissionais que tem um papel tão importante na elaboração do luto para que desta forma seja possível alcançar o propósito maior que é: auxiliar na sensibilização ao atendimento a perda gestacional nos hospitais e maternidades do Brasil, respeitando a autonomia e dignidade humanas.
Quais as reivindicações?
O abaixo assinado online explica as necessidades do grupo da seguinte forma:
O que pedimos: um espaço nas maternidades dedicado às mulheres que requerem um procedimento após a perda de um feto, e também às gestantes de risco, para que possam ter um tratamento individualizado, respeitando seu momento de luto e sofrimento. Além disso, um método de identificação (sistema de pulseira colorida, código especifico) para evitar constrangimento desnecessários.
Porque pedimos: é muito chocante perder um bebê e se torna bem pior quando o ambiente parece estar insensível a sua dor. O atendimento se torna desumano no momento mais frágil da família. É cruel que essas mulheres tenham que ser atendidas num ambiente voltado para celebrar a vida e a chegada de novos bebês. Conhecemos inúmeros casos de gestantes que passaram por constrangimentos nesse momento. Algumas foram parabenizadas erroneamente por maqueiros e enfermeiras; outras recepcionadas por cegonhas em seus quartos. Como sair do quarto sabendo que todos a sua volta vão te parabenizar pelo que você mais desejava mas não se concretizou?
Para quem pedimos: para as diversas maternidades, públicas e privadas, que realizam procedimentos pós-perda gestacional.
Quem somos: cidadãos que querem melhorar o Brasil assumindo uma postura proativa frente a experiências negativas.
Você pode acompanhar o movimento nas redes sociais e assinar a petição online. Participe!