O cumprimento dos objetivos sociais e a captação de recursos que viabilizem a sustentabilidade econômica são, atualmente, as maiores preocupações das entidades pertencentes ao terceiro setor. E, as organizações que almejem estar inseridas no ambiente em que atuam, de maneira sólida e com recursos devidamente controlados para melhor conduzir as atividades e poder realizar suas metas e objetivos, precisam contar com pessoas capacitadas e comprometidas com sua missão, e também, com um eficiente sistema de controle interno.
A utilização de controles dentro das Organizações do Terceiro Setor contribui desde a captação de recursos, passando pela gestão de um modo geral, até a elaboração de prestações de contas de forma correta, permitindo, deste modo, que o ciclo seja realimentado com novos ingressos de recursos.
O controle desempenha papel fundamental ao possibilitar o acompanhamento contínuo das ações desenvolvidas, de modo a monitorar conjuntamente a relação entre o planejamento, a aplicação de recursos, e o atingimento dos resultados pretendidos. Como vimos anteriormente, os Planos de Ação, além de serem utilizados no planejamento, também são ferramentas de controle, visto que permitem realizar o comparativo entre o que foi previsto, e o que está sendo realizado, possibilitando, assim, identificar possíveis distorções e efetuar os devidos ajustes, tempestivamente.
Não é obrigatório que as Organizações do Terceiro Setor tenham estruturada uma área de controladoria. O que é imprescindível é que utilizem as ferramentas e técnicas de controle. Desta forma, as funções de controle podem ser exercidas reciprocamente por gestores ou colaboradores de outras áreas, mas nunca ser deixadas de lado no processo de gestão organizacional.
Para que seja possível realizar as atividades de controle na organização, inicialmente é necessário que os responsáveis por esta atribuição possuam, no mínimo:
* Conhecimento da legislação, principalmente a inerente ao terceiro setor;
* Conhecimento da missão, visão e fins da instituição;
* Conhecimento sobre o estatuto da organização;
* Conhecimento acerca dos planos de longo e curto prazo da instituição;
* Conhecimento de finanças e contabilidade;
* Capacidade de se manter atualizado em sua área de atuação;
* Capacidade de trabalhar em equipes multidisciplinares, visto que, por vezes, as entidades trabalham com projetos diversos ao mesmo tempo.
Vale destacar que as Organizações do Terceiro Setor necessitam, ainda, acompanhar de perto as questões relativas às imunidades e isenções, relações trabalhistas, obtenção e renovação de qualificações, títulos e certificados concedidos pelo Poder Público, retenções de tributos na fonte, cumprimento de obrigações acessórias, gestão e prestação de contas de recursos públicos, dentre outros procedimentos os quais exigem certa capacitação profissional.
O controle, portanto, consiste no conjunto de procedimentos, métodos e rotinas com o objetivo de orientar a operacionalização das atividades, proteger o patrimônio, produzir informações confiáveis, além de auxiliar os gestores na conduta ordenada nas atividades da instituição.
A aplicação de controles possibilita, também, a identificação de possíveis falhas ocorridas ou que possam vir a ocorrer na execução de tarefas e atividades, sejam elas por falta de conhecimento adequado (erros), ou intencionalmente por má-fé (fraudes).
No entanto, o sucesso de todo instrumental de controle vai depender das pessoas que o operam. Pois, de nada adiantará um sistema de controle interno sofisticado se as pessoas responsáveis por operá-lo não tiverem comprometimento, competência, conhecimento prévio das atividades ou não estiverem preparadas adequadamente para exercer esta função.