Em celebração ao Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, o Projeto Lélia Gonzalez Vive lança um manifesto colaborativo e artístico, o Amefricanifesto, que convoca mulheres negras de todo país a repensar e recriar seu lugar na sociedade brasileira
Em parceria com organizações e coletivos de mulheres negras, foi criado um manifesto colaborativo e artístico – Amefricanifesto – para demonstrar a indignação diante do racismo e do machismo estrutural e estruturante do nosso país, e valorizar as lutas pela igualdade.
É urgente que mais mulheres negras tomem consciência do lugar que ocupam e daqueles que poderiam ocupar.
Leia, ouça e sinta
O Amefricanifesto também pode ser ouvido, na voz de Ellen Oléria, mulher, negra, cantora, compositora e vencedora do The Voice Brasil:
É parte da campanha também uma convocatória pública, feita em parceria com o Design Ativista, para que artistas de todo o Brasil inspirem-se pelo Amefricanifesto e compartilhem sua arte nas redes sociais usando as hashtags #Amefricanifesto #LeliaGonzalezVive e #DesignAtivista.
Envolva-se
Além de colaborar com sua arte, você também pode contribuir levando o Amefricanifesto mais longe. Basta acessar a pasta compartilhada do Drive, escolher uma arte para compartilhar com sua rede ou imprimir e espalhar por sua cidade.
Por que “Amefricanifesto”?
Na década de 1980, Lélia Gonzalez desenvolveu o conceito de Amefricanidade, nos convidando a reconhecer e reverenciar as influências dos povos originários e da diáspora africana na formação sociocultural brasileira.
Em seu texto A categoria político-cultural de Amefricanidade, Lélia explica:
“Trata-se de um olhar novo e criativo no enfoque da formação histórico-cultural do Brasil, que por razões de ordem geográfica e, sobretudo, da ordem inconsciente, não vem a ser o que geralmente se afirma: um país cujas formações do inconsciente são exclusivamente europeias, brancas. Ao contrário, ele é uma América Africana cuja latinidade, por inexistente, teve trocado o T pelo D para, aí sim, ter o seu nome assumido com todas as letras: Améfrica Ladina(não é por acaso que a neurose cultural brasileira tem no racismo o seu sintoma por excelência). Nesse contexto, todos os brasileiros (e não apenas os “pretos” e “pardos” do IBGE) são ladino-amefricanos.”
GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural de Amefricanidade. 1988
Foi devido à essa inspiração, e também para celebrar nossa ancestralidade, que se decidiu nomear o manifesto Amefricanifesto.
Realização e apoio
A campanha é realizada pelo Projeto Lélia, uma iniciativa da Nossa Causa, e tem apoio do Movimento Negro Unificado (MNU), Mulheres Negras Decidem (MND), A Tenda das Candidatas, Instituto Afrolatinas, Rede de Desenvolvimento Humano (Redeh), Uneafro Brasil, Geledés – Instituto da Mulher Negra -, Design Ativista, Editora Zahar e Infinu – Comunidade Criativa.