Conheça histórias inspiradoras de empreendedores
Olá caro leitor, espero encontrá-lo bem. Você sabe que eu adoro ler e ouvir histórias de gente como a gente que faz acontecer, não é? A partir deste mês, você irá conhecer pessoas inspiradoras de diversos estados do Brasil que possuem histórias que podem nos ensinar algo para a vida. Hoje vamos começar com a Jéssica Ferraz, de 24 anos, que nasceu em Juazeiro/BA e reside atualmente em Petrolândia/PE.
Empreendedorismo e tecnologia: por Jéssica Ferraz
Desde que descobri a definição do que é tecnologia, me apaixonei e tive a certeza de que ela pode fazer projetos incríveis e de impacto para o bem. Eu fico impressionada com a quantidade de coisas que se pode fazer por meio da tecnologia, que nada mais é do que um conjunto de técnicas que visam otimizar ou melhorar uma ou mais atividades. E com essa perspectiva, acredito que temos muito a ganhar.
Aos 15 anos ganhei meu primeiro computador e fiz dele um amigo para alavancar a minha aprendizagem tecnológica. Aprendi a manusear ferramentas de edição de vídeos, efeitos de som, efeitos visuais de cinema, criava revista, produzia filmes e ótimas apresentações para meus trabalhos escolares. Queria fazer o meu melhor diante daquela máquina que me apresentava diversas possibilidades.
Nessa curiosidade, terminei o ensino médio e passei no vestibular em boas instituições públicas, em cursos como Ciências Biológicas, Matemática e Gestão de TI. Optei pelo curso de Gestão da Tecnologia da Informação no Instituto Federal. Era a única da minha cidade a estudar essa área tão nova para nossa região e para o Brasil, e ainda sou a única na cidade com este currículo. Na época, só tínhamos este curso ofertado em três cidades do Brasil, um na região Sul e dois aqui em Pernambuco. Um deles era próximo a mim, no interior pernambucano, onde tive a sorte de estar no lugar certo e ser aprovada em algo que eu sabia que poderia estar alinhado ao meu propósito de vida. Sabia que seria desafiador, mas que seria tudo muito divertido. Continuava estudando muito, sempre fui muito estudiosa. Queria e quero muito aprender ainda, acredito que o conhecimento move a vida para melhor.
Na época do Ensino Fundamental eu era a “aluna nota 10” de toda a escola. Todos os anos, os professores e diretores se reuniam para decidir quem seria o aluno e aluna nota 10. Durante os quatro anos do Ensino Fundamental (5ª à 8ª série) eu fui a menina nota 10. Isso acontecia no evento anual do Dia do Estudante, eu ganhava livrinhos, troféu, faixa e uns mimos. Não esperava a tal premiação, era sempre pega de surpresa. Minhas amigas insistiam em dizer que seria eu a tal aluna, e no fundo eu não acreditava no que elas falavam, acreditava apenas que elas e outras alunas da escola eram inteligentes e que tinham mais chances de estarem naquela vaga, afinal, eram mais de 300 estudantes avaliados.
O que eu pensava era na pergunta que me move até hoje: o que eu posso fazer aqui e agora? Eu levava em consideração que era estudante, estava na escola e que aquilo também era o meu ambiente, então, achava válido ser esforçada e estudar.
O resultado disso é que treinei sem perceber a minha proatividade, não era apenas o meu boletim que me levava a ser a escolhida, afinal, tinha mais gente com boletins muito semelhantes ao meu. Era a minha proatividade. Eu fazia de maneira muito natural com que as pessoas que me cercavam praticassem algo que eu via como legal, e, tinha que ser juntas, em equipe, então, participávamos ativamente na organização de eventos da escola, ajudávamos os professores a carregar livros e outras várias gentilezas que podemos praticar no dia a dia. Por vezes, na hora do recreio enquanto a cozinheira colocava os pratos no balcão, eu ajudava a colocar a colher nos pratos e servir o lanche para os outros alunos. Essas atitudes estreitavam nosso relacionamento e virávamos mais que simples alunos diante dos olhos dos outros. Era simples: ser eu mesma e respeitar sempre o outro, mesmo que ele fosse diferente.
Acredito que todos os seres humanos tem dons e que merecem ser usados para que possam progredir. Por exemplo, eu era – e ainda sou – tímida, por isso, eu preciso de gente que me complete para fazer as coisas acontecerem, então, andava e ando com gente que me inspira, e assim, eu tento com o meu jeito trazê-las para esses meus projetos de vida.
Geralmente íamos à escola simplesmente para ajudar nossos professores/diretores (e olhe que nem sempre existia um convite), era questão de decidir e avisar: nós vamos. Ainda bem que nunca fomos expulsas. A gente ia de coração limpo, não tinha como dar errado. Não era nada fácil chegar e convidar as amigas para ir trabalhar duro do outro lado da cidade, afinal, chegava em casa por volta das 13h, e às 14h voltávamos e pegávamos o ônibus para “aprontar” na escola. No final, era bastante divertido e eu aprendia bastante, tudo aliado a muito esforço e trabalho.
Ainda hoje carrego as lições para a vida. Essa postura e visão permanecia em desenvolvimento enquanto cursei Gestão de TI. Passei por diversas bolsas e cheguei a ser estagiária do Ministério da Educação, era a bolsa mais cobiçada pelos alunos, passei na seleção, estava entre as cinco ofertadas. Eu não podia ver um formulário para inscrições e chamados de projetos do bem que eu logo dava um jeito de participar porque queria aprender e contribuir. Participei de muitos projetos voluntários, criava uma rotina do bem. Continuava aprimorando e aprendendo habilidades nas áreas de programação, projetos, engenharia de software, redes, sistemas operacionais, administração, segurança e multimídia. Era bolsista de lógica de programação porque tinha curiosidade e via que existiam alunos que não queriam concorrer pela vaga porque consideravam difícil, então fui pra cima. Comecei a estudar temáticas de inteligência artificial e utilização do middleware fosstrak em uma simulação de sistema de identificação de animais com RFID (Radio Frequency Identification).
Na faculdade, criava projetos dentro das disciplinas alinhadas a impacto social. Estudava sobre tecnologia verde com ênfase em maneiras práticas de deixarmos nosso laboratório de informática mais sustentável. Idealizei um projeto que amo e que me representa, a Escola Inovadora, que tinha como missão treinar profissionais da educação com ênfase no uso da tecnologia, de modo que usassem o que eles tinham disponível de maneira otimizada. Impactamos quatro escolas diretamente, virou site, foi base para um curso de tecnologia na educação que idealizei também na instituição federal. Escrevi artigo científico e fomos reconhecidas em congresso no norte-nordeste como um projeto inovador e de influência no Brasil. Totalmente incomodada com o fato de ver os jovens à minha volta desperdiçando seu tempo acessando o Facebook para ver bobeiras, e encantada com a proposta de desenvolver um trabalho sobre o tema, mergulhei em um estudo sobre tecnologia e educação, e diante disso, lancei a proposta do meu trabalho de conclusão cujo título é: o Facebook como ferramenta para construção de conhecimento. Foi uma aventura.
Concluí meu curso em Gestão de TI e resolvi me aprofundar mais na temática de mídias digitais. É uma área que me encanta e que traz ferramentas que tornam possível a realização das minhas ideias, projetos e sonhos. Hoje, sou especialista em informação e comunicação em mídias digitais e ainda tenho muito o que aprender. Durante minha especialização, eu tinha uma certeza: escrever um trabalho de conclusão sobre uma causa. Conheci a “Escola de Você”, uma plataforma de curso online, e decidi que seria sobre ela. Construí meu trabalho intitulado “O uso das mídias digitais para o empreendedorismo feminino: Abordagens e contribuições na construção da autonomia feminina através da Escola de Você” com muito apoio da Natália Leite (co-fundadora da Escola de Você e da Sonata Brasil) e Soraia Schutel (especialista da Escola de Você e co-fundadora da Sonata Brasil) que deram o suporte para que eu me firmasse e seguisse em frente. Também desenvolvo projetos e trabalho com ênfase em inovação e mídias digitais em um atacado distribuidor (Grupo Sanfrancisco).
Dentre estas histórias, a tecnologia me trouxe duas realidades pela qual sou muito encantada. Realizo missões e continuo em projetos que interligam educação, mídias digitais, inovação, comunicação, empreendedorismo e tecnologia. Atuei como diretora de pesquisa e estou atualmente como diretora de acompanhamento do projeto nacional Universitários Acima da Média por um mundo com mais mentalidade empreendedora e como embaixadora da Escola de Você, que traz temática de empoderamento feminino. Faço isso pois acredito em um modelo de gestão humana que potencializa talentos através do protagonismo. Meu propósito é provocar, inspirar, capacitar e conectar gente do bem na construção de um mundo melhor.
Esses foram apenas alguns poucos passos que dei. Tem mais histórias e ainda tenho muito a aprender. Inclusive, estou paralelamente com projetos prospectivos, como o Midiasbit, uma agência digital, outro chamado Profissional Ativo, um portal de competição entre profissionais e o Greenbit, um aplicativo que dissemina a consciência sustentável através de pequenas ações a serem feitas no dia a dia.
O que quero é apenas deixar uma marquinha positiva no universo. Tudo que fiz até aqui são e foram projetos que me deixam motivada e realizada e que tem grande potencial de gerar valor na vida das pessoas, e isso me faz feliz. Acredito que pensar positivo, impactar pessoas e sorrir torna a vida muito mais leve de ser vivida.
Minha frase:
Solidariedade é o amor em movimento. Mova-se!
Como você enfrenta o fracasso, o medo, a falta de coragem e o insucesso?
Criando novas ideias a serem executadas. Acredito que movimento gera movimento, ficar parada não faz parte do plano.
Sua dica para enfrentar a crise de 2016.
Persistência e foco na própria ação.
Por que você acredita no Empreendedorismo?
Porque traz uma mentalidade protagonista. A partir desse pensamento é possível fazer acontecer projetos incríveis que contribuem para si mesmo e para a sociedade.
Dicas de livros para nossos leitores:
O catador de sonhos – Geraldo Rufino
O que a juventude pode fazer pela nossa nação – Augusto Junior
Vidas que Inspiram – Universitários Acima da Média
2p/mim – Natalia Leite
A menina do Vale – Bel Pesce
O que é sucesso pra você?
É cumprir metas e compromissos, agir com base em meus valores.