Da nossa experiência no Terceiro Setor víamos uma certa dificuldade das organizações em acessarem investimentos sociais e contratarem serviços e pessoas, já que os recursos para a gestão são muito reduzidos.
Por isso, quando a Phomenta nasceu, sabíamos que o nosso grande objetivo seria mobilizar recursos financeiros e voluntários com conhecimento específico para as ONGs, de modo que estes dois pilares fortalecessem projetos com potencial de impacto para a sociedade.
Entretanto, como qualquer negócio, sugiram diversas surpresas ao visitar e trabalhar mais de perto com estas organizações. Além das demandas de recursos financeiros e humanos, nos deparamos com muitas ideias de negócios sociais, que poderiam fazer grande diferença para a receita das organizações. Mas o problema é que elas não sabiam deste enorme potencial, ou nem sabiam por onde começar, muitas vezes por falta de ferramentas e pessoas.
Bazares, confeitarias, costura, artesanato e até viveiros de plantas são alguns exemplos que encontramos. Negócios com grande potencial de sucesso, organizados pela própria equipe, voluntários e comunidade, mas que sofrem pelos mesmos males de muitos empreendedores: como tornar isso um negócio real? Como fazer um plano de negócios? Por quanto posso vender? Qual será minha margem de lucro? Quem são meus clientes? Por quanto preciso vender para arcar com os custos da minha organização? Qual será o retorno do investimento?
Foi aí que surgiu a parceria com a DreamShaper, uma plataforma de educação empreendedora que auxilia qualquer pessoa a tirar uma ideia do papel e a realizar o seu sonho empreendedor. A ideia surgiu em Portugal e hoje já atinge o Brasil e Colômbia, principalmente em escolas e universidades, onde alunos aprendem de forma prática e divertida a desenvolver projetos empreendedores.
Nosso primeiro piloto foi usar a DreamShaper na ONG CEPROMM (Centro de Promoção para um Mundo Melhor), localizada em uma área de meretrício em Campinas. Esta ONG tinha acabado de receber de doação um forno de pães e tinha como meta usá-lo em épocas festivas para vendas de pães e doces. Porém, com as dificuldades financeiras e a grande dependência de poucos doadores, nós da Phomenta selecionamos uma voluntária da área da administração para usar a plataforma e trabalhar com a ONG um plano de negócios baseado no forno, como uma fonte de renda alternativa.
Após 2 meses de uso, nos surpreendemos com o resultado: eles já haviam planejado teste cego com produtos do mercado e produtos que as próprias mulheres da comunidade estavam produzindo no CEPROMM, já haviam analisado o mercado na região e a falta de padarias no local, já tinham metas de lucro mensal e não apenas metas de vendas em datas festivas. Ou seja, em apenas poucos meses já tinham uma nova perspectiva de fonte de receita com o que já faziam algumas vezes ao ano.
Nossa voluntária, Carla Fernandes, comentou que foi muito prazeroso e fácil usar a plataforma:
Foi o melhor jeito de conduzir um projeto, bem menos complicado do que aprendemos na faculdade. É bem intuitivo e com uma linha de raciocínio.
Além disso, ela diz ter aprendido muito com esse trabalho voluntário e se sentido útil:
Foi uma experiência fantástica e positiva.
Vale ressaltar que a Carla é de Belo Horizonte e a ONG fica em Campinas e todo o trabalho foi feito remotamente e, mesmo assim, com grande potencial de impacto.
A missão da Phomenta agora é levar a DreamShaper para todas as ONGs do portfólio para instigar o espírito empreendedor e auxiliar no desenvolvimento de negócios sociais, para que elas tenham outras fontes de receita e a possibilidade de atingir um modelo sustentável e não depender mais de doações. Temos a certeza que o uso da plataforma será uma forma de reinvenção e vai resgatar o ânimo das organizações neste tempo de crise. Todos têm o potencial de empreender, só precisam de uma ideia, pessoas e uma boa ferramenta.