Feliz aquele que se descobre voluntário. Feliz porque descobrirá um mundo novo e cheio de possibilidades, mas vamos começar pelo começo. Feliz estou em poder participar deste portal como colunista e escrever um pouco sobre o que acredito, pratico e incentivo. Falar sobre voluntariado é uma atividade diária minha, mas antes de falar do assunto quero me apresentar.
Sou Roberto Ravagnani, administrador de empresas, projetista elétrico, radialista, mestre com e sem cerimônias, celebrante, palhaço, etc. Sou voluntário há 25 anos, entre as atividades desenvolvidas, fui professor de eletricidade básica, produtor de eventos para ONG, gestor de ONG, apresentador de eventos de ONG e o atual, palhaço hospitalar voluntário, palestrante voluntário, entre outras atividades.
Portanto o assunto tem permeado minha vida por muito tempo e me fez entender, gostar e estudar um pouco, além de acreditar no benefício que ele pode trazer, que será assunto especifico para uma coluna aqui.
Como disse vamos começar do início.
Você também pode aprender mais sobre voluntariado acessando aqui.
O que é voluntariado?
Segundo definição das Nações Unidas, “voluntário é a pessoa que, devido ao seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem-estar social, ou outros campos…”
Em estudo realizado pela Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança, definiu-se o voluntário como: “ator social e agente de transformação, que presta serviços não remunerados em benefício da comunidade; doando seu tempo e conhecimentos, realiza um trabalho gerado pela energia de seu impulso solidário, atendendo tanto às necessidades do próximo ou aos imperativos de uma causa, como às suas próprias motivações pessoais, sejam estas de caráter religioso, cultural, filosófico, político, emocional”.
O voluntariado é universal
O voluntariado é uma expressão de envolvimento do cidadão em sua comunidade. Participação, confiança, solidariedade e reciprocidade, com entendimento e senso de obrigações comuns partilhados.
O voluntariado não é uma relíquia nostálgica do passado. É a nossa primeira linha de ataque às sequelas de uma sociedade doente e ainda passiva. A palavra tem sua origem em três outras do latim, e nos traz uma pista do que entendemos e do que esperamos deste ator.
As três palavras em latim são:
- Voluntarius, “de própria vontade”;
- Voluntas, “vontade, desejo”;
- Velle, “querer”.
A ligação com o querer está explícita e é o nosso ponto de partida.
No início do trabalho voluntário, por volta de 1543, com a fundação Santa Casa de Misericórdia em Santos – SP, se dá a criação do primeiro grupo organizado de voluntários, composto inicialmente de irmãs de caridade para a assistência social aos internos.
Verificamos uma grande influência da igreja católica inicialmente e com o passar do tempo de outras denominações religiosas como promotores de grandes e importantes trabalhos voluntários, muitos puros, sem a questão da catequese envolvida e outros com a missão da evangelização mais presente, o que compreendo como um pequeno desvio do trabalho de essência, isto é só uma constatação para contextualizar e não uma crítica.
A vontade deu o pontapé inicial e hoje ainda é a largada para a intenção de se pensar em fazer um trabalho voluntário. Repararam que coloquei mais etapas no processo? Não é simples assim, quero e faço. Temos que lutar para vencer a modernidade e o principal vilão de nossa atual existência é a falta ou, prefiro ousar em dizer, a suposta falta de tempo.
Quando falamos do voluntário contemporâneo, engajado, participante e consciente, diferenciamos também o seu grau de comprometimento: ações mais permanentes, que implicam em maiores compromissos, requerem um determinado tipo de voluntário, e podem levá-lo inclusive a uma “profissionalização voluntária”; existem também ações pontuais, esporádicas, que mobilizam outro perfil de indivíduos.
Mas esses perfis são assuntos para outras colunas aqui neste mesmo portal.