Você já imaginou um lugar onde as meninas e mulheres são apreciadas pelo que são e pelo que fazem? Que são empoderadas e ouvidas? Melhor ainda: que colaboram entre si? Que acreditam que mulher deve ficar ao lado da outra e não contra, independente da razão ou circunstância?
Esse lugar existe e se chama I Am That Girl (IATG).
I Am That Girl (em tradução literal: eu sou aquela garota) é um movimento global que inspira meninas e mulheres a abraçar quem elas são. A amar e a se expressar sem medo. A escutar e a aconselhar. A lembrar do seu valor inato e impulsionar outras a fazerem o mesmo. Essa comunidade quer que cada uma saiba que não está sozinha e que cada voz é importante.
Fundado por Alexis Jones, que divide esse trabalho com a melhor amiga Emily Greener, o movimento começou a ser moldado depois que Jones participou da peça Os Monólogos da Vagina, na época em que estava na universidade. Isso mudou toda sua concepção de mundo, especialmente do universo feminino, e passou a batalhar para que o IATG ganhasse vida e chamasse atenção.
Não se trata apenas de um movimento voltado para o sexo feminino, mas de um movimento humano. Um sistema de suporte que incentiva meninas/mulheres ao redor do mundo a ter conversas honestas e acreditar no poder da colaboração.
Ser aquela garota é revelar a melhor versão de si mesma. Aquela que visa o progresso, que quer se sentir confiante na própria pele, que vê o melhor nos outros e que quer deixar este mundo melhor do que encontrou. Para que isso aconteça de forma genuína, o I Am That Girl parte de alguns objetivos que atraem meninas e mulheres que não só se engajam, mas se tornam líderes:
Mudar a cultura para garotas
A mídia bombardeia meninas/mulheres com mensagens que afirmam o quanto nenhuma delas é boa, bonita, inteligente o bastante. Mensagens que são absorvidas negativamente e que podem acarretar em comportamentos que afligem o bem-estar, a autoimagem, a convivência com o mundo e com outras pessoas.
Diariamente, o I Am That Girl se empenha em criar e reproduzir conteúdo saudável, do bem, para combater a epidemia de autodúvida que abala meninas/mulheres.
Ao darmos uma boa passeada online, é muito fácil captar que a maioria dos discursos de ódio é contra mulheres e que a publicidade trabalha em cima das inseguranças femininas (e não tão cedo isso mudará por motivos de lucro). O caso fica ainda mais complicado quando adolescentes são as afetadas por essas mensagens que afirmam que elas são menos do que são e que não têm valor. Dessa forma, o IATG quer mudar o discurso, redefinir a beleza e estimular o cultivo do amor-próprio.
Não só de uma garota, mas de várias.
Contribuição e não competição
O movimento também se destaca pelo impacto que quer manifestar nas relações femininas. Há muitas mulheres que veem a sororidade como utopia pois, desde muito cedo, cada uma é estimulada a ver a outra como inimiga. É difícil uma celebrar a conquista da outra por simplesmente tratá-la como uma ameaça.
Por isso, há o desejo de competir, não só para ser a melhor de todas, mas pela atenção do homem. E não é bem assim.
O IATG promove a sororidade e quer que todas sejam vistas e ouvidas. Que contribuam entre si. Quer que todas sintam que pertencem e que podem muito mais do que imaginam – especialmente juntas. Além de promover ações que resgatam a autoestima e a autoconfiança, o movimento quer que uma menina dê a mão a outra para que caminhem juntas, com integridade e com respeito.
A importância das conversas
Para gerar conscientização e impacto, o IATG possui um programa de Capítulos Locais que permite que meninas e mulheres, de qualquer parte do mundo, se tornem líderes (acima dos 14 anos).
A partir do momento que isso acontece, cada uma organiza espaços seguros e promove conversas relevantes entre as integrantes que acabam por se engajar na causa. São mais de 150 Capítulos espalhados pelo globo, o modo do movimento colocar o empoderamento e a sororidade em prática.
Ame a si mesma!
Para impulsionar tudo isso – e mais um pouco – há quatro valores que representam o IATG: ser amável, retribuir, elevar todas as garotas e falar a sua verdade.
Você deve amar a si mesma e as pessoas ao redor; você pode retribuir sempre nem que seja com um abraço; você pode e deve empoderar outras mulheres, ajudá-las, especialmente nos momentos de autodúvida; você pode e deve falar a sua verdade para abrir espaço para o “eu também”, pois, uma vez que conta a sua história, outra pessoa pode se identificar e compartilhar sua aflição/alegria.
O IATG quer que cada uma reconheça que é o bastante. Ser quem somos em um mundo que dita sempre quem não devemos ser é uma tarefa árdua, e as mulheres são as que mais sentem essa dificuldade. Eu, como tantas outras, somos multifacetadas e estamos em constante mudança. Mas, no fim, somos iguais.
Essa comunidade quer que cada uma seja verdadeira consigo mesma, explore sua vulnerabilidade e suas paixões. Ela acredita que cada uma pode gerar um impacto e se sentir imparável para repetir a dose é uma das melhores consequências.
Como se engajar?
Por mais que seja um movimento internacional – só se fala em inglês, com sede na Califórnia, há 3 Capítulos Locais do IATG no Brasil: em Porto Alegre, Recife e São Paulo. Cada líder incentiva encontros com temas pré-definidos para debate e engaja suas integrantes.
Os encontros dão oportunidade para cada participante descobrir mais de si mesma, compartilhar histórias, superar adversidades e se sentir amada. E sororidade é isso, não é? Tratar a outra como irmã, apoiar suas ambições e mostrar que ela não está sozinha.
O I Am That Girl quer saudar cada menina e mulher, quer celebrar as conquistas dela e quer lembrar que ela e a sua história importam.
Não é isso que também queremos?
Conheça o site oficial: I Am That Girl