Por Adriana Souza Silva (*)
Hoje é o dia da pessoa jornalista, e o desafio aqui é escrever um artigo tão bem elaborado quanto os milhares de textos escritos por essas pessoas talentosas diariamente em todo o Brasil.
No papel de gestora de um negócio social, voltado às Organizações da Sociedade Civil (ou às ONGs, como jornalistas preferem chamá-las), falarei sobre a efeméride pela ótica do Terceiro Setor.
Sem dúvida, a imprensa exerce um papel fundamental quando a pauta é a divulgação dos projetos sociais realizados pelas ONGs. É ela quem mostra aos seus leitores, ouvintes e espectadores as boas ações praticadas por essas instituições. São os jornais que convocam, com uma força ímpar, uma massa de voluntários para ajudar as vítimas de tragédias que, vira e mexe, assolam nosso País. Ora denunciam problemas, ora revelam histórias que emocionam até a mais incrédula audiência.
Nesse contexto, vale ainda mencionar a importância de um profissional treinado para ajudar as ONGs no seu relacionamento com os jornalistas: o chamado “assessor de imprensa”. Esse sujeito também cursou Jornalismo e, provavelmente, estudou ao lado daqueles que mais tarde se tornariam repórteres renomados. A diferença é que o assessor preferiu ficar nos bastidores, levando sugestões de notícias para os jornalistas que trabalham nas redações.
O assessor de imprensa tem, por definição, uma visão aguçada para identificar, dentro das ONGs, quais projetos, ações ou personagens possuem o potencial de se transformar em notícia. Essa capacidade não só enriquece o conteúdo disponível para a imprensa, mas também garante que as narrativas das organizações do Terceiro Setor sejam apresentadas de forma atraente para o público daquele veículo.
A presença ativa e positiva das ONGs na imprensa tem um baita valor hoje em dia. Ao ganharem visibilidade, estas organizações não só aumentam sua popularidade, mas também recebem uma espécie de validação da seriedade e do impacto de seu trabalho. Este reconhecimento é crucial, especialmente em uma era onde as informações falsas se proliferam com facilidade. A visibilidade na imprensa ajuda a diluir mitos negativos e desinformação acerca das ONGs, como as acusações infundadas de corrupção ou desvio de recursos. Além disso, a divulgação do trabalho das ONGs na mídia contribui significativamente para o conhecimento e a valorização do Terceiro Setor no Brasil.
É claro que nem todas as iniciativas das ONGs, por melhores que sejam, viram notícia. Os jornalistas, apesar de um árduo trabalho, muito além de 8 horas diárias, não dão conta nem de um décimo das sugestões de pautas que chegam a suas caixas de e-mails e contas de WhatsApp. Este setor sofre constantemente com demissões, reduzindo o número de repórteres nas redações que lamentam o fato de não poderem aproveitar todos os bons conteúdos levados pelo assessor de imprensa sobre as organizações.
Um consolo é o surgimento, na última década, de portais de notícias especializados no Terceiro Setor, como o Nossa Causa – uma plataforma que fomenta o apoio às organizações sociais, transmitindo conhecimento e informação de forma gratuita para o público. Ganham os gestores de ONGs, quando aprendem a melhorar seus processos; ganham os cidadãos comuns, quando acessam o portal e se engajam numa causa; e ganha o Brasil, quando nossa democracia é reforçada pelo exercício da cidadania desses leitores.
Queridos jornalistas, vocês merecem aplausos não importa o seu lugar nessa cadeia de comunicação. Todos ocupam um papel valiosíssimo e complementar neste ciclo: as ONGs realizam os projetos sociais; os assessores de imprensa promovem essas ações junto aos jornalistas; e estes, por sua vez, relatam ao público por meio de portais de notícias, que selecionam as manchetes capazes de atrair a atenção do público.
Parabéns aos repórteres que escrevem sobre o Terceiro Setor, às assessorias de imprensa que o divulga na mídia – como é o caso da Agência Pauta Social – e às plataformas de conteúdo como a Nossa Causa. Esse time é craque em vencer a batalha contra as fake news, promovendo uma visão mais justa e precisa do trabalho vital realizado pelas ONGs no País.
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(*) Adriana Souza Silva é jornalista há 28 anos, já trabalhou em grandes redações como repórter, e hoje se sente feliz assessorando o Terceiro Setor à frente da Agência Pauta Social