Uma biblioteca é um local cheio de histórias.
Histórias de amor, de fantasia, de terror… Histórias verdadeiras, histórias criadas, mas todas elas nos transportam para uma nova realidade, seja real ou não.
Livros podem nos trazer lembranças, podem nos emocionar e até inspirar. Podem marcar uma época da nossa vida ou nos trazer conforto. Podem nos dar nojo e até medo.
Ler é um passatempo, mas é também uma maneira de aprender. De refletir, de conhecer algo ou alguém. De se descobrir. Por isso trouxemos essa lista de que falam sobre saúde mental, para que você possa descobrir um pedacinho de você em cada linha e saber que não está só. ?
O demônio do Meio-Dia – Andrew Solomon
A partir de sua própria luta contra a depressão, o premiado autor Andrew Solomon, elabora um grande retrato da doença, através de uma jornada profundamente humana e uma vasta pesquisa com vítimas e especialistas. O livro, lançado em 2000, continua sendo até hoje uma referência sobre a depressão e foi eleito pelo The Times como um dos 100 melhores livros da década.
Além do seu próprio relato e opiniões de especialistas, o autor explora questões éticas e morais, desconstrói mitos, descreve as medicações disponíveis, conta sobre a eficácia de tratamento alternativos e o impacto da depressão em diversas populações demográficas, como crianças, homossexuais ou habitantes de determinados países.
Com uma linguagem inteligente e empática, o autor nos permite conhecer não só as doenças mentais, mas também a experiência como ser humano.
Garota, Interrompida – Susanna Kaysen
Em um relato pessoal e profundo, a autora Susanna Kaysen traz sua experiência real no hospital psiquiátrico McLean e as relações construídas lá dentro. Com 18 anos, Susanna foi convencida a se internar na instituição após uma tentativa de suicidio. Lá dentro, diagnosticada com o transtorno de personalidade limítrofe (hoje conhecido como transtorno de personalidade borderline), ela também conhece Polly, Georgina, Daisy e Lisa, garotas com sua idade, distúrbios muito diferentes do dela e que foram trancafiadas e descartadas pela sociedade logo no início da vida adulta.
Durante seus dois anos de tratamento, entre perdas e crises, Susanna conta seu dia-a-dia dentro do hospital, suas idas à terapia, seus pensamentos sobre as colegas e enfermeiras, sua insegurança em relação à vida lá fora e a descoberta de como conviver com seu diagnóstico e os das colegas. Um relato real sobre descobertas, sobre inseguranças e sobre a vida em si.
A biografia inspirou um filme homônimo que concedeu a atriz Angelina Jolie um de seus papéis mais importantes e o Oscar de melhor atriz coadjuvante.
Alucinadamente Feliz – Jenny Lawson
A autora Jenny Lawson está longe de ser uma pessoa comum. Considerada por si mesma uma colecionadora de transtornos mentais, ela possui: depressão, transtorno de ansiedade, distúrbio de automutilação, transtorno de personalidade esquiva, um ocasional transtorno de despersonalização, além de uma compulsão de arrancar os cabelos (chamada tricotilomania). Ufa! Dessa perspectiva, a vida pode parecer um fardo insustentável, mas Jenny decide não se deixar levar por tudo isso, mesmo enfrentando semanas inteiras sem conseguir sair da cama.
Em busca de viver de forma mais leve, ela resolve criar o maior número possível de experiências hilárias e ridículas lutando para ser alucinadamente feliz. Por meio dessas situações inusitadas, a autora encara seus transtornos de forma direta e franca, sempre com senso de humor, trazendo uma reflexão de como a sociedade lida com distúrbios mentais e aqueles que sofrem deles. Sem ter vergonha das suas crises de ansiedade e seus diversos problemas, Jenny mostra que abraçar o lado sombrio de si mesma é também o que torna possível experimentar uma dose alucinante de alegria.
Garota em Pedaços – Kathleen Glasgow
Nesse romance a autora Kathleen Glasgow trata de um transtorno bem conhecido mas pouco falado: a automutilação. A história gira ao redor da estudante Charlotte Davis, que possui o transtorno e que quase tirou sua vida através dele.
Internada em uma clínica psiquiátrica, a adolescente se vê obrigada a suspender seu tratamento e decide se mudar de Minneapolis para Tucson, no Arizona (EUA), na tentativa de superar seu transtorno.
Charlotte utiliza seu talento em desenho para escapar do ciclo vicioso da dor que transforma seu corpo em uma tela de linhas e cortes profundos. Ela embarca no mundo das artes, onde encontra outro caminho para expressar sua dor. Um caminho que traça em busca de fechar as feridas que desenhou em sua própria pele e consertar os pedaços que deixou pra trás.
Talvez Você Deva Conversar com Alguém – Lori Gottlieb
Reunindo histórias de sua carreira como terapeuta, a autora traz nesse romance, um retrato da vida de uma profissional que auxilia os pacientes a superar uma gama de problemas e que se sente incapacitada de lidar com os seus próprios dilemas. “Talvez você deva conversar com alguém”, é a sugestão que uma amiga faz para a personagem principal, fazendo-a refletir sobre a necessidade de ser ouvida.
Então, ela sai em busca de um terapeuta, para gerenciar uma situação que perturba sua vida, se autodescobrindo nesse caminho e nos dando a visão da terapeuta de seus pacientes, os problemas deles e como isso ressoa em sua mente.
Como diz o subtítulo do livro, é a história de uma terapeuta, do terapeuta dela e da vida de todos nós.
Texto escrito por Isa Imay