Em 1879, uma lâmpada ficou acesa por 48 horas contínuas e, nas comemorações do final de ano, uma rua inteira, próxima ao laboratório, foi iluminada para demonstração pública. Essa é a história de Thomas Edison, o primeiro a conseguir obter luz da energia elétrica. A invenção revolucionou, mas não chegou a todos – a ONU estima que um quinto da população mundial ainda viva sem eletricidade.
Em 2002, o Brasil passava por um período de apagões, o que dificultava o trabalho do mecânico Alfredo Moser, mineiro de Uberaba. Então ele e alguns amigos começaram a pensar em uma forma de trazer luz para dentro das casas sem utilizar energia elétrica. O que ele conseguiu foi fazer uma lâmpada com garrafa de plástico, água e água sanitária, que funciona através da refração da luz solar.
E os resultados?
Percebendo que a lâmpada não custava nada, já que é feita de materiais reaproveitados, e pode gerar uma economia de até 30% na conta de luz, não dava para ficar restrita à casa do Alfredo. Ele foi descoberto pelo Globo Repórter, tão logo a empresa de energia Ampla se interessou e passou a instalar na casa da população de baixa renda.
Mas não parou por aí: assim que a descoberta caiu nas mãos do filipino Illac Diaz, um ativista que iniciou diversos projetos sociais e ecológicos, foi criado o projeto Liter of Light (Um litro de água), levando iluminação barata para a população do país, e tornou possível que as pessoas que moram em áreas pobres produzissem alimentos em pequenas hortas hidropônicas usando a luz engarrafada para ajudar no crescimento das plantas.
Hoje, as luzes ‘engarrafadas’ também chegaram a outros 15 países, dentre eles Índia, Bangladesh, Tanzânia, Argentina e Fiji. Em entrevista a BBC, Moser diz que nunca imaginou isso: “me dá um calafrio no estômago só de pensar nisso”.
“Já chorei em ver que a lâmpada ajudou tanta gente. Não quero ficar rico, quero colaborar” – Alfredo Moser