Hoje vou contar a história da ONG “Meu sonho não tem fim”, criada por Alex Cardoso de Melo. Seu objetivo é motivar e conscientizar as pessoas a acreditar em seus “sonhos que transformam o mundo”, através da divulgação da história de vida e aprendizados de 24 sonhadores, como Martin Luther King, Betinho e Madre Teresa de Calcutá.
Tudo começou quando Alex tinha 16 anos. Combinara de ir ao cinema com alguns amigos no centro da cidade de São Paulo e no meio do caminho deparou-se com uma senhora bem velhinha sentada num caixote pedindo esmola. Ela era frágil, tinha um olhar extremamente triste e estava só.
Aquela cena tocou muito Alex, que, naquele momento, deu tudo o que tinha em sua carteira à pobre senhora. Sabia, no entanto, que aquele dinheiro suavizaria sua condição por um ou dois dias, e depois tudo voltaria a ser como era antes. Foi quando teve a ideia de guardar 20% a 30% do que recebia de salário para investir num futuro projeto social.
Iniciou sua trajetória atuando como voluntário em creches e asilos. Por mais que se dedicasse, sentia que esse não era o seu caminho, pois não suportava ver a dor daquelas crianças e velhinhos, e acabava não conseguindo ajudar tanto quanto gostaria. Começou então a escrever pequenos folhetins de reflexão moral e a distribui-los a seus colegas de trabalho. Para a sua surpresa, foi um tremendo sucesso, e foi nesse momento que teve um “estalo”: entendeu que deveria trabalhar na motivação e conscientização das pessoas para a prática do bem.
Alguns anos se passaram e em 1997, Alex criou a ONG “Meu Sonho não tem fim”. Começou inicialmente divulgando a história de Martin Luther King e Ayrton Senna, depois expandiu para 12 sonhadores e hoje conta a história de 24 deles. Realiza essa divulgação através de palestras, exposições e da disponibilização de extenso material em seu site. Também dissemina conteúdo em ônibus e trens através da distribuição de folhetos e pequenos vídeos nas TVs do metrô.
Atinge os mais diversos públicos – suas palestras já foram vistas desde executivos de grandes empresas até por menores infratores que encontram-se na Fundação Casa. Aliás, esse é um dos melhores exemplos do impacto que seu trabalho alcança. Quando fez a apresentação na Fundação Casa, Alex levou um pequeno livro com a história de vida desses 24 sonhadores – ficou muito feliz quando soube que toda sexta-feira trechos do mesmo livro passaram a ser lidos em reuniões com os menores para que pudessem ser feitas reflexões em conjunto. Absolutamente inspirador.
Você deve estar se perguntando como Alex faz para ter tempo de fazer tudo isso. Pois bem, ele era executivo de um banco, e em 2002 decidiu largar a carreira para dedicar-se ao seu projeto social. Ficou focado exclusivamente nas atividades da ONG até 2006, quando tornou-se representante comercial e criou uma empresa, a Luminia. Decidiu que 50% dos proventos da mesma seriam destinados à “Meu sonho não tem fim”.
E assim continua até hoje.
Casado e com dois filhos, passou por algumas dificuldades, mas jamais deixou de dar uma educação de qualidade às suas crianças e em nenhum momento deixou de investir em seu projeto. Importante lembrar que Alex não aceita patrocínios, nem doações de qualquer espécie. Quer deixar claro que para ajudar o próximo não é necessário dinheiro, e sim, boa vontade. O que ele ainda não sabe, é que é o 25º sonhador. Que o seu trabalho, assim como o dos outros 24 sonhadores, deve ser divulgado. Ele é fonte de inspiração para qualquer um de nós, que vive na correria do dia a dia, mas sabe que precisa promover alguma mudança no mundo.
Acesse o site da ONG Meu sonho não tem fim.
“Um homem não morre quando deixa de existir, mas quando deixa de sonhar”.