Alan tem apenas dez anos mas pensa como gente grande. Vende docinhos com sua bicicleta personalizada pela cidade e sonha em realizar um intercâmbio.
“Tudo começou no final do ano passado, quando pensava em um dia realizar um intercâmbio pelo mundo e surgiu uma ideia. Então pedi ajuda para minha mãe para fazer uns docinhos afim de vender aos vizinhos e conhecidos da cidade.
Minha mãe topou e me ajudou, então começamos a ficar conhecidos pela qualidade do produto em si, porém entregávamos de carro, o que estava se tornando caro. Foi daí que surgiu a ideia de vender os doces de bicicleta pela cidade. Após ver uma reportagem na TV sobre as food bikes em São Paulo, só fez crescer a vontade de fazer o mesmo! No começo, minha mãe não gostou muito da ideia, pois era um investimento alto, mas conversando com minha avó consegui um empréstimo.
Comprei a bike e a customizamos. A princípio era uma renda exclusiva minha. Saía 2 vezes na semana, em curtos períodos, (até porque sou uma criança de 10 anos e tenho que priorizar meus estudos e também brincar). Só que a procura foi aumentando, pessoas ligavam, mandavam mensagens, então expus a ideia aos meus pais para eles fazerem mais doces e venderem nos outros dias da semana.
Assim se tornou um negócio da família e fizemos o seguinte acordo: nos dias que eu saio junto para vender, a renda é minha. Esse dinheiro eu compro algumas coisas que quero e o restante invisto na poupança. Nos outros dias, a renda custeia a compra dos materiais que utilizamos.
Quanto a minha infância, sou um menino ‘normal’. Nasci e me criei em São Paulo até os 8 anos, gosto muito de estudar, ler, gosto muito de tocar violão e amo rock. Gosto de estar com meus familiares e meus amigos, brincar de LEGO e faço coleção de carrinhos. Penso no futuro ser músico e fazer faculdade de ciências aeronáuticas. Mas ainda tenho um bom tempo para pensar. Nas férias gosto de voltar a São Paulo para visitar meus amigos, ir a parques e ao teatro.”
Alan Zabot Costa, 10 anos, Doce Menino Doce – Food Bike