É com grande satisfação que inicio a grata missão de escrever sobre o Terceiro Setor para a Nossa Causa. Nosso objetivo aqui é trazer informações, através de encontros periódicos, sobre as entidades sem fins lucrativos que tem por objetivo atuar em prol do bem-estar social.
O primeiro artigo da coluna sobre gestão do Terceiro Setor traz a origem e a utilização da expressão “Terceiro Setor” no Brasil.
A expressão Terceiro Setor tem origem no termo inglês Third Sector, que passou a ter relevância no cenário mundial a partir da década de 1970. Foi utilizada pela primeira vez nos Estados Unidos, com o objetivo de classificar a atuação de instituições voluntárias, criadas por particulares, como universidades, hospitais, igrejas, e outros tipos de organizações sociais.
Em meados da década de 1980, esse termo passou a ser amplamente empregado na Europa. No entanto, era mais comum seu uso para se referir à caridade, principalmente aos aspectos ligados a doações.
No Brasil, a expressão tornou-se conhecida a partir da década de 1990, quando passou a designar o conjunto de entidades privadas, sem fins lucrativos, que buscava atender a determinadas demandas da sociedade, através da captação de recursos junto a particulares (doações), e também mediante a realização de parcerias com o Poder Público.
Apesar de ser um termo relativamente novo, as características e atividades inerentes ao Terceiro Setor existem há muito tempo. Pois, a sociedade sempre procurou, de alguma forma, praticar a filantropia, a caridade, e o auxilio aos mais necessitados. Exemplos disto em nosso país são as Santas Casas de Misericórdia, cuja primeira foi inaugurada em Santos-SP, em 1543, a Legião Brasileira de Assistência (LBA) criada em 1942, e a Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (APAE) instituída em 1961.
Na verdade, o que ocorreu mais recentemente foi a conceituação da expressão Terceiro Setor, e, no caso do Brasil, a criação de marcos legais que reconheceram a importância das organizações sociais no cenário nacional. Nesse contexto as demandas da sociedade deixaram de ser apenas por alimentação e saúde, e passaram a ser também referentes a direitos sociais, educação, cultura, meio ambiente, participação nas políticas públicas, e prática da gestão social e cidadania.
Percebemos, portanto, que as entidades do Terceiro Setor não nasceram somente a partir da implantação do seu conceito no Brasil, nos anos 1990. A expressão também veio denominar o espaço já ocupado por organizações criadas pela sociedade, tendo como principal característica a busca pelo bem-estar social, de forma voluntária, espontânea, e sem a finalidade de lucro ou qualquer outro benefício financeiro.
Nos próximos artigos falaremos um pouco mais sobre as características e desafios do Terceiro Setor.
Até mais!
Fonte da imagem: portalodm.com.br