Mitos e verdades sobre as ONGs

Redação
1 de fevereiro de 2016
  • Terceiro Setor
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Muitas vezes queremos ajudar, mas não sabemos por onde começar. E o pior, fazemos da maneira errada. Tentamos resolver problemas que nem existem! Por isso, através do meu trabalho, tive a oportunidade de passar esse mês de janeiro fazendo diversas visitas e entrevistas com Organizações da Sociedade Civil (OSC) do interior de São Paulo para saber quais são suas verdadeiras demandas. Devido à crise econômica, eu já estava preparada para ouvir muitos pedidos financeiros. Mas me surpreendi com as necessidades das organizações e, por isso, resolvi compartilhar.

1. Nem todas as ONGs estão precisando de dinheiro

Claro que ajuda financeira sempre é bem-vinda, seja para tirar do vermelho ou aprimorar programas existentes. Sempre tem o que fazer com ele! Mas surpreendentemente, mesmo com a crise que o país está passando e a diminuição dos recursos destinados para o terceiro setor, dinheiro não foi o mais pedido. De 20 organizações e projetos sociais, apenas três tem esse senso de urgência, que estão passando por dificuldades que podem afetar drasticamente nos atendimentos. Entendo que o número amostral não é alto e por isso não posso generalizar. Mas confesso que esperava mais “desespero” financeiro.

2. Ajudar um projeto social é uma grande experiência profissional

Como as principais demandas das organizações sociais são na gestão, de consultoria e de serviços, contribuir voluntariamente com seu conhecimento pode ser um ótimo laboratório para você testar suas habilidades ou até desenvolver novas competências. Foi-se o tempo em que as organizações não tinham rigorosidade para funcionar. Hoje em dia, se a organização não tem um mínimo de organização e gestão, não consegue se manter. Então, se está à procura de um estágio ou de experiência, procura uma OSC que com certeza você aprenderá muito e terá bastante trabalho para fazer!

3. Conhecimento e profissionalização está cada vez mais valorizado

Não adianta, quem não tem seriedade, transparência, organização e um mínimo de gestão não está conseguindo demonstrar sua solidez e impacto social. Por esse motivo, diminui as chances de captar recursos financeiros. Sem recursos, não tem sustentabilidade. Ou seja, Terceiro Setor não vive apenas de sonhos e propósitos. Tem que ser profissional. O mais legal é que as organizações sabem bem quais são os seus pontos fracos e em que precisam melhorar. Portanto, a maior demanda que eu percebi foi de conhecimentos específicos, ajuda em índices e métricas, voluntários engajados e comprometidos com suas atividades e de capacitação da equipe.

4. Se você tem vontade de empreender, seja voluntário na gestão de uma OSC

É incrível como as organizações fazem muito com pouco. Passar um tempo ativamente na gestão de uma OSC pode te ajudar a refletir como seria largar tudo para empreender no seu próprio negócio. Para o empreendedor iniciante, muitas vezes os recursos são escassos, então é preciso saber economizar, aprender de várias áreas, ter uma visão de curto e longo prazo, fazer planejamento, saber se relacionar com as pessoas e ter empatia. Em todas as visitas que eu fiz esses pontos foram em comum. As organizações se viram nos 30 para fazer os atendimentos e os projetos acontecerem com pouco dinheiro e equipe pequena. Além disso, é invejável a paixão e engajamento que a equipe tem pelo propósito da organização, pois acreditam de verdade nos valores e na missão de onde trabalham. Isso não é um verdadeiro case de empreendedorismo?

5. Temos que desmistificar que as OSCs são frágeis e não entendem de business

Claro que há casos e casos. Vi organizações muito maduras e outras iniciantes. Vi desde demandas de dinheiro muito alto, de assessoria jurídica até de auxílio para estruturar missão, visão e valores. Mas uma coisa ficou claro para mim, nenhuma gosta de contar histórias tristes e sensibilizar de maneira desconfortável, como vemos em algumas propagandas. Elas estão muito mais preocupadas em sua missão de fazer acontecer, resolver um problema real do que mostrar fotos impactantes e serem taxadas como “coitadinhas”. A equipe sabe onde quer chegar, luta por seus direitos e sabem os pontos que devem melhorar. Entendem que gestão, marketing, comercial e plano de negócios são essenciais para o sucesso da organização. Nem sempre sabem por esses nomes, mas a essência elas entendem muito bem.

6. Nenhuma delas gosta e nem quer depender de doações

Isso é algo que deveria ser bem divulgado para a sociedade. Muitos ainda acham que as OSCs adoram passar o chapéu e pedir dinheiro e, por isso, são acomodadas. Mas não! Pelo contrário, elas não gostam disso! Elas querem trabalhar para ter fontes alternativas de receita e diminuir a dependência das doações. Muitas falam de atingir sustentabilidade, fazer plano de negócios, metas de vendas, etc. Além disso, lutam para demonstrar para a população o quão relevante pode ser uma doação recorrente durante o ano, que ajuda a pagar os funcionários e equipe para manter os projetos, do que uma única doação feita no natal.

Conhecendo um pouco mais de dentro das organizações, você consegue enxergar como poderia contribuir nestas causas sociais?

 

 

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