
Você não dirigiria o seu carro sem o painel de controle, não é? Do mesmo modo você não dirigiria o seu programa social sem entender se as suas ações estão melhorando a vida do seu público alvo.
Simples assim, essa é a razão pela qual cada dia mais se fala de Avaliação de Impacto. Não é só medir quantos livros foram distribuídos ou horas de aula ministradas em uma iniciativa de apoio, mas medir quanto recuou o analfabetismo na região, e se recuou devido ao programa ou por outras causas.
Um programa de avaliação de impacto aumenta fortemente a transparência dos projetos sociais, mostrando se os recursos de fato ajudam os destinatários ou se servem apenas para a auto conservação da organização pública ou privada que os gerencia.
Para a realidade do Terceiro Setor isso está se tornando fundamental mesmo para a arrecadação dos fundos e a sustentabilidade do projeto. Um estudo recente sobre filantropia na América Latina feito pelo Hauser Institute da Harvard Kennedy School mostra claramente que, com o foco passando da caridade para a mudança, muitos recursos são disponibilizados só com a presença de planos que possam evidenciar quantitativamente os resultados a serem alcançados.
Implementar esses planos, porém, não é nem fácil nem barato.
A Associação Aventura de Construir é uma realidade pequena, mas obcecada em realizar uma melhoria real na vida dos microempreendedores de baixa renda das periferias de São Paulo, agindo com o máximo de profissionalismo, realismo e parcimônia.
Começamos o nosso trabalho em 2012 com um questionário envolvendo cerca de 200 indivíduos para entender as principais exigências não atendidas, desde o início registramos todos os contatos com o público alvo para poder chegar a indicadores gerenciais (“Quantas pessoas participaram das nossas palestras? Quantos participaram uma, duas, três vezes?” “Quantos receberam uma consultoria individual?”), e – depois da primeira fase de startup – começamos seis meses atrás o nosso programa de avaliação de impacto, definido com a ajuda da Kellogg Institute da Notre Dame University, da ALTIS da Universidade Católica de Milão, e da Comunitas de São Paulo.
Para mais informações sobre o nosso programa de avaliação de impacto, leia aqui.
Foi um caminho desafiante, e gostaríamos de oferecer algumas poucas dicas para facilitar quem está considerando começar agora:
Última nota: Goodhart, um economista inglês, virou famoso pela sua lei:
Quando uma medida vira um objetivo, cessa de ser uma boa medida.
Com toda a pressão sobre os resultados, se corre o risco de agir – conscientemente ou não – em prol da melhoria dos indicadores, e não para o bem estar do público alvo. Ética é também lembrar que os números descrevem a realidade, mas nunca podem tomar o seu lugar.
A Associação Aventura de Construir é uma OSCIP que dá suporte a microempreendedores de baixa renda das periferias de São Paulo. Aqui colocamos o que descobrimos nesse trabalho. Para saber quem somos e o que fazemos, visite nosso site ou a nossa página do Facebook.
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