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Você provavelmente acordou hoje, tomou seu banho quente e, em seguida, vestiu seu calçado e sua roupa. Talvez, ainda, tenha comido algo e tomado uma xícara de café. Você talvez tenha chegado à escola ou ao seu trabalho, mas o 10, ele não chegou.
Tiramos o 10 do sistema e do nosso convívio em sociedade. O 10 era o marginal, não por sua escolha, mas pela falta de oportunidades, de opção. Nós o colocamos à margem da sociedade. Ninguém o queria. Sua família não o queria, a escola não o quis, seu status de exclusão não o permitia inclui-lo em outros projetos. Ele era invisível.
Nós o tiramos do amor de sua família. Afinal, aqueles que eram responsáveis pela sua vida – ou deveriam ser – tinham que buscar o sustento de seus outros tantos irmãos e irmãs. Nós o tiramos do convívio escolar. Afinal, a comunidade escolar preferiu cuidar da média, já que era mais fácil, mais simples e cabia na mediocridade da atuação daqueles que não sabiam como lidar com as crianças que estavam acima ou abaixo da média.
Nós o tiramos do convívio em comunidade. Afinal, as únicas escolhas que a vida lhe proporcionou o colocavam em situação de exclusão: social, escolar, familiar e de vida. Tiramos um 10 em violência. O 10 aumenta as estatísticas do índice de homicídio na adolescência. Mais um adolescente, negro, favelado é morto. Morrem mais os que estudam menos. E o 10 foi expulso da escola. E ele só queria a lata de spray, a bola de futebol, o lápis. Quando lhe negaram tudo isso, ele gritou, se revoltou, se rebelou contra tudo e todos.
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Antes de ser marginal (de ser colocado à margem da sociedade), ele era um adolescente carente de amor, cuidado, carinho e proteção. A sociedade lhe tomou tudo, inclusive a sua vida.
Esse 10, caro leitor, representa o seu fracasso, o meu fracasso, o fracasso da sociedade. Como sei disto?
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil, declaramos que:
Art. 227 . É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
O 10 deixa muito mais que saudades. Alimenta o espírito indignado de quem segue, com o coração contrito, lutando para que os outros 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9 possam ter vida em abundância.
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