
*Isabela Nunes
Grupo de voluntários e voluntárias de Belém
Transmitir em palavras a grandiosidade e a energia do Círio de Nazaré é uma tarefa difícil.
Qualquer paraense ou quem já viveu esse momento sabe como é complicado descrever a emoção que toma conta da cidade e do povo durante esses dias. Mas, esse ano, nosso grupo de voluntários se reuniu e organizou ações muito especiais durante os dias de festejo.
Para além de uma celebração religiosa, o Círio é cultura e identidade.
Muitas vezes vocês ouviram que ele é o “Natal do paraense”. Isso porque carrega tradições únicas, que o tornam o que é.
São mais de 2 milhões de pessoas nas ruas, carregando suas promessas e sonhos, em uma cidade com 1,5 milhão de habitantes.
Pessoas pagam promessas caminhando quilômetros de distância vindo de outras cidades. Alguns percorrem o trajeto principal de joelhos, muitos seguram a corda que puxa a berlinda, e outros carregam estátuas de ceras em forma de casas ou partes do corpo. Outros distribuem água durante a procissão como forma de solidariedade.
Nossa Senhora de Nazaré é a Rainha da Amazônia, e a ela pedimos proteção para a floresta, para os povos afetados pela crise climática, para nossos manguezais e para nosso planeta.
Com isso em mente, preparamos três importantes ações.
A primeira aconteceu no sábado (12/10), pela manhã, durante a procissão que não poderia ser mais a cara da Amazônia: o Círio Fluvial. 🌅
São centenas de barcos navegando, junto à imagem, pela Baía do Guajará. Estivemos na Vila da Barca, uma região periférica de Belém localizada à beira do rio, em parceria com a Barca Literária – projeto social que mantém uma biblioteca comunitária itinerante e promove educação e desenvolvimento identitário para crianças e jovens da comunidade de palafitas. Estendemos uma grande faixa com os dizeres “Nossa Senhora de Nazaré, protegei toda vida que sofre com a crise climática”. O objetivo era que fossemos notados pelos barcos que acompanhavam a santa e pela comunidade ali presente que estava reunida.
A segunda ação aconteceu na noite de sábado, onde ocorreu a Trasladação, uma procissão noturna que leva a imagem da santa ao local da onde ela sai na procissão principal.
Nessa ocasião, nós realizamos projeções com frases como “Nazinha, livrai-nos do colapso ambiental”, “Nossa senhora de Nazaré, intercedei pela Amazônia”, “Nazinha, protegei nossos manguezais”, entre outras, em uma das avenidas principais do trajeto, a Av. Presidente Vargas.
Por fim, no domingo, foi o grande dia: a procissão principal, que leva mais gente às ruas, o dia do Círio de Nazaré.
Estendemos uma faixa no Ed. Manoel Pinto da Silva, localizado em uma das ruas mais importantes da procissão, a Avenida Nazaré.
Durante o Círio, é comum estabelecimentos, famílias e empresas estenderem faixas para saudar ou suplicar à santa nas varandas e fachadas, e nós não poderíamos ficar de fora dessa tradição.
Nossa faixa dizia: “Nossa Senhora de Nazaré, rogai pela Amazônia”, e aqui deixo o nosso agradecimento especial ao Tio Paulo que gentilmente cedeu a varanda que realizamos a ação.
Foi um momento muito especial e fiquei extremamente feliz ao perceber os olhares curiosos das pessoas para a nossa ação, mostrando que estávamos sendo notados e que nossa mensagem estava sendo levada adiante.
É muito impactante fazer ações grandiosas assim, não é mesmo?
Conseguimos muita visibilidade e chamar atenção para o que realmente importa: justiça climática e a defesa da Amazônia.
Fonte: Greenpeace Brasil
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