ONG lança cordões de crachá feitos com resíduos têxteis


Pernambuco tem 83% do seu território coberto pela Caatinga, o bioma mais ameaçado pelas mudanças climáticas. O estado é vulnerável ao risco de desertificação do semiárido brasileiro e ameaçado pela redução da disponibilidade de água e pela queda da produção de alimentos. Mudar essa realidade é possível. É o que mostra o novo estudo do Instituto Escolhas “Recuperar a caatinga em Assentamentos da Reforma Agrária: mais vegetação, alimento e emprego em Pernambuco”, lançado hoje (22/04).
Existem mais de 20 mil hectares desmatados nas margens dos rios e nas nascentes dos assentamentos da reforma agrária no estado. Recuperar a vegetação dessas áreas é necessário para proteger a água, impedindo erosões e assoreamento, facilitando a infiltração da água no solo e amenizando as temperaturas. De acordo com o Instituto Escolhas, se forem implementados sistemas agroflorestais (SAF) como estratégia de recuperação, além da preservação dos recursos hídricos, ainda é possível produzir mais de cinco milhões de toneladas de alimentos, gerar 91,3 mil empregos e remover 2,1 milhões de toneladas de CO2 da atmosfera, o que corresponde a 8% das emissões brutas de Gases de Efeito Estufa (GEE) de Pernambuco em 2023. Os sistemas agroflorestais combinam a restauração da vegetação nativa com a produção de alimentos. A recuperação de APPs é obrigatória em pequenas propriedades, incluindo assentamentos, segundo Código Florestal de 2012.
O investimento necessário para a recuperação dessas áreas é de R$ 504 milhões nos três primeiros anos, totalizando R$ 1,92 bilhão ao longo de 30 anos de projeto. A receita liquida que pode ser gerada é de R$ 5,91 bilhões, mais de três vezes do valor investido.
“A recuperação produtiva das áreas desmatadas nos assentamentos da reforma agrária é fundamental para mitigar os efeitos adversos das mudanças climáticas sobre Pernambuco. Essa medida é especialmente importante na Caatinga, bioma em acelerado processo de desertificação. Nosso estudo dimensiona o investimento que precisa ser feito e mostra que os retornos financeiros são elevados,”, afirma Rafael Giovanelli, gerente de Pesquisa do Instituto Escolhas, responsável pelo estudo.
Segundo Giovanelli, “Enquanto as matas crescem, protegemos a água e cuidamos do clima, empregos são gerados e alimentos produzidos. Ganha o meio ambiente e a economia.”
O estado possui 602 assentamentos e 33.051 famílias assentadas em uma área que soma 574.560 hectares (5,9% da área total do estado), sendo que 36.324 hectares são APPs. A recomposição de APPs com SAFs contribui para a preservação de recursos hídricos, já que a maior parte das áreas passíveis de recuperação estão no entorno de fontes d’água. Ao mesmo tempo, possibilita uma produção biodiversa de alimentos saudáveis, com culturas variadas de frutas, verduras e legumes, gerando emprego e renda para os assentados, além de regenerar a mata nativa.
Clique aqui para conhecer mais sobre o estudo.
(Assessoria de Imprensa)
ONG lança cordões de crachá feitos com resíduos têxteis
Brasil lidera número de povos isolados, mas há lacunas na proteção
ONG amplia acervo com obra acessível de bell hooks
SP Invisível promove ceias para pessoas em situação de rua

11 3251-4482
redacao@ongnews.com.br
Rua Manoel da Nóbrega, 354 – cj.32
Bela Vista | São Paulo–SP | CEP 04001-001