
Investimento social privado e as políticas públicas devem trabalhar de forma mais integrada. Essa tese marcou a participação de Mariana Almeida, diretora-executiva da Fundação Tide Setúbal, no segundo dia do 13º Congresso GIFE em Fortaleza, durante a Plenária “Território – A Escuta do Território Como Vetor Democrático de Transformação Social”.
Ao lado dos palestrantes Benilda Brito (Múcua), Carola Matarazzo (Movimento Bem Maior), Joaquim Melo(Banco Palmas) e Kaká Werá (escritor, ambientalista e pesquisador de povos indígenas), o debate girou em torno da valorização dos saberes locais e como o Investimento Social Privado (ISP) pode contribuir para o fortalecimento das comunidades e a redução das desigualdades sociais.
Segundo Mariana, o IPS não pode ser apenas uma ação pontual, mas deve se comprometer com o longo prazo e com a dinâmica do território. “O território não é apenas um tema para investimento, ele é uma forma de fazer. Quando a gente fala sobre ele, entendemos que ele é o espaço de pertencimento onde as interações acontecem o tempo todo”, afirmou.
Ela reconheceu que, apesar de muitos projetos exitosos, a falta de continuidade nas políticas públicas e o fim prematuro de iniciativas privadas ainda limitam a efetividade de muitas ações filantrópicas. “O Brasil, por várias razões, tem suas descontinuidades. A cada quatro anos, pode haver a troca da gestão. No caso de secretários, às vezes, a substituição é feita a cada dois. Então, como mexer em uma realidade, concluir uma obra pública, se há tanta descontinuidade? Nossos projetos de investimento social privado também são curtos. Como é que você altera uma dinâmica, sem uma aposta de longo prazo? Quem vai dar esse longo prazo?”, acrescentou.
Ela concluiu que transformações sociais duradouras só podem ser alcançadas se houver um compromisso contínuo com os territórios e com as comunidades que neles vivem.
(Adriana Silva, para o ONG NEWS)
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