
O combate à fome e as iniciativas de assistência social foram as duas principais motivações para o brasileiro fazer uma doação em dinheiro no ano de 2024. Juntas, essas duas causas somam 53% das respostas obtidas em uma pesquisa realizada pela Fundação José Luiz Egydio Setúbal, por meio de entrevistas presenciais, em domicílios das 5 regiões do país.
Segundo o estudo, as demais razões para a filantropia monetária no ano passado foram: a Saúde (23%), a Proteção dos Animais (15%), a Educação (4%), o Meio Ambiente (3%) e, por último, a Cultura (2%).
Os dados preliminares foram apresentados nesta sexta-feira (9), durante o 13º Congresso GIFE, no painel “Retratos da solidariedade no Brasil: dos grandes filantropos às doações individuais no país”. Com o título “Retrato da Solidariedade: Comportamento Pró-Social no Brasil”, a pesquisa também trouxe dados sobre a preferência das pessoas por ONGs da sua própria região (60%), em detrimento às organizações que atuam em todo o país (29%) ou mesmo às OSCs internacionais (6%).
Entre 2023 e 2024, o número de doadores que fizeram uma contribuição aumentou de 27% para 32%. Parte deste aumento pode estar atrelado à tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul, já que 4% das respostas vieram daqueles que realizaram sua primeira doação durante as campanhas de ajuda humanitária na região.
Marcos Paulo Silveira, diretor de pesquisa da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, explicou que o estudo completo será lançado em breve, mas já é possível adiantar alguns “insights” sobre o perfil da filantropia praticada pelos “grandes doadores” no Brasil.
Segundo ele, a filantropia é não é um termo de consenso entre as pessoas. “Este é um conceito disputado, que não é nem fixo nem está dado, variando de acordo com as práticas adotadas pelos agentes e com as narrativas que as justificam”, diz.
Para Silveira, mesmo entre os brasileiros com elevado nível de renda e riqueza, existe uma grande heterogeneidade no modo como essas pessoas se envolvem com a prática da doação ao longo de sua trajetória. “Também é muito diferente a percepção do seu envolvimento e o dos outros em relação à filantropia. Isso porque essa prática pode ser vista desde uma doação de dinheiro, como também de tempo, influência, expertise e até na forma de investimentos sociais com retorno financeiro.”
Deste painel, também participaram Gelson Henrique (Iniciativa PIPA), Vinicius Barrozo (Plataforma ParaQuemDoar), Inês Lafer (Confluentes), Iracema Souza (Fundo Agbara) e a mediadora Patricia Kunrath (GIFE), que contribuíram com o debate sobre as dificuldades das OSCs para obter recursos, assim como as expectativas dos doadores para uma mobilização eficaz.
(Adriana Silva para ONG NEWS)
11 3251-4482
redacao@ongnews.com.br
Rua Manoel da Nóbrega, 354 – cj.32
Bela Vista | São Paulo–SP | CEP 04001-001