
Os desafios de enfrentar desequilíbrios e assimetrias na relação entre a filantropia e o Investimento Social Privado (ISP) com os fundos territoriais e iniciativas comunitárias. Esse foi o tema da mesa: Modelos participativos de doação e financiamento: desafios e potências para a redistribuição de poder, conhecimento e riquezas, durante o 13º Congresso GIFE.
Abrindo a discussão, Guiné Silva, da Fundação Tide Setubal, ressaltou a importância de investimentos em longo prazo para fortalecer fundos territoriais. “Para isso, são fundamentais propostas voltadas ao bem-viver pautadas em relações de confiança”, apontou.
Aliado a isso, Mahryan Sampaio, presidenta do Fundo Brasileiro de Educação Ambiental, destacou a importância de se manter um olhar qualificado para marcadores sociais da diferença. “A comunidade tem não só o poder, a habilidade e a consciência de gerir o recurso, mas também de fazer diagnóstico do que é prioritário a partir da realidade local”, explicou.
Nessa direção, Marcelle Decothé, da Iniciativa Pipa, citou o Guia das Periferias para Doadores como uma iniciativa que busca reverter a lógica de financiadores que chegam com uma agenda já definida nos territórios. “É preciso que o dinheiro não seja o fim, porque o fim é a superação das desigualdades”, ponderou.
Considerando isso, Carlos Jorge, da iniciativa Mundaú Mundo, cita que outros capitais são também importantes na filantropia para fortalecer o trabalho comunitário. “Não só o dinheiro, mas o conhecimento nos faz chegar a lugares antes inacessíveis”, exemplificou.
Camila Haddad, da Iniciativa Próspera Social, tratou dos esforços para mudar os apoios com mais confiança e flexibilidade. “Começamos a perceber que, para diminuir assimetrias de poder, são importantes parcerias a longo prazo”.
Citado por Guiné Silva e Marcelle Decothé, o pensamento do intelectual quilombola Nêgo Bispo marcou o debate sobre a necessidade de repensar as estruturas do financiamento, a partir de um pensamento que descoloniza estruturas e permite a criação de laços de confiança.
Fonte: GIFE
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