
Como as “big techs” – ou grandes empresas de tecnologia – influenciam o debate público? A pergunta norteou a mesa Concentração de poder nas Big Techs e os riscos à democracia e aos direitos humanos, realizado no dia 7.
“As plataformas precisam ser transparentes”, enfatiza Rodrigo Carreiro, co-diretor Executivo do Aláfia Lab. O Marco Civil da Internet (MCI), em seu artigo 19 determina a necessidade de prévia ordem judicial de exclusão de conteúdo para a responsabilização das plataformas por atos ilícitos praticados por terceiros, por exemplo. Mas é necessário, ainda, debater a regulamentação. “Transparência, abertura de dados para a discussão da sociedade civil e da academia é um ponto muito importante e vem sendo cada vez mais raro de acontecer”.
Natália Viana, jornalista da Agência Pública, e mediadora do debate, apontou que se deve “dar a cara para os danos” que o oligopólio causa na democracia. Para isso, questionou Juana Kweitel, vice-Presidente de Programas Globais, América Latina (interina) e Iniciativas Estratégicas da Luminate, e Luã Cruz, coordenador da equipe de telecomunicações e direitos digitais do Idec, acerca de possíveis soluções. Para Luã Cruz, é interessante implementar tecnologias alternativas que promovam o bem-estar e não causem danos graves às pessoas.
Já Juana Kweitel,vice-Presidente de Programas Globais, América Latina (interina) e Iniciativas Estratégicas da Luminate, menciona a regulamentação do uso do celular por crianças nas escolas, onde seria uma forma de “colocar o gênio de volta na lâmpada”. Para ela, a tecnologia virou uma máquina de manipulação, moldando os desejos das pessoas, em vez de cumprí-los.
Nina da Hora, pesquisadora sobre inteligência artificial, vê a tecnologia como um aspecto além de dados e destaca a importância de pensar mais na “interação humano e computador”. Para ela, as big techs vem trazendo uma abordagem mais extrativista em detrimento de considerar o ser humano.
Diante disso, o debate sobre o papel das big techs na democracia exige não apenas regulamentação, mas também uma mudança de perspectiva: é preciso pensar em tecnologias que coloquem o ser humano no centro, promovam o bem-estar coletivo e respeitem os limites éticos. Só assim será possível transformar a tecnologia de um instrumento de controle em uma ferramenta de emancipação social.
Fonte: GIFE
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