
Com dezenas de atividades simultâneas espremidas na grade dos eventos do terceiro setor, os participantes desses congressos e feiras são quase sempre desafiados a fazer escolhas difíceis na hora de montar uma agenda que contemple suas necessidades para aquela ocasião. Como decidir entre tantas boas opções de conteúdo?
Esse dilema fez parte dos visitantes do Festival ABCR 2025, realizado no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, que reuniu 72 palestras e 5 plenárias em dois dias de evento (16 e 17/06). A ONG News conversou com os profissionais da área de captação de recursos presentes no encontro para entender quais os critérios que pesam na hora desta escolha.
Para a maioria deles, o que vale é a afinidade com o tema. Contudo, há uma parcela significativa de participantes que faz questão de prestigiar o colega que sobe no palco, mesmo que o tema daquela palestra já seja conhecido por sua organização.
Além da amizade, outro fator capaz de atrair o público em eventos com atividades simultâneas é o título das palestras. Nesta edição do Festival ABCR, por exemplo, a criatividade esteve presente em nomes como:
Para o visitante Nadja Lima, da Liga Álvaro Bahia contra a Mortalidade Infantil – Hospital Martagão Gesteira, a estratégia do título chamativo funcionou. Ela conta que decidiu acompanhar a apresentação de Michel Freller e Renato Limongi, por causa do nome: “18 maneiras de captar (muitos) recursos livres – sem projeto”.
“Quando eu vi aquele número, pensei: ôxe, mas será que tem dezoito maneiras mesmo?”, brincou a baiana de Salvador, surpresa com o número inusitado. Ao lado do colega Matheus Alencar, da área de marketing, Nadja lembra que chegou a contar a quantidade de formas de captação mostradas na palestra, até constatar que, sim, o título fazia jus ao conteúdo!
O time de profissionais da Liga Álvaro Bahia também se dividiu estrategicamente para cobrir mais conteúdos, de acordo com as funções de cada um. “Sou da área comercial, então priorizei temas relacionados à captação de recursos e relacionamento com doadores. O Matheus focou nas estratégias de comunicação. Fizemos um itinerário no dia anterior com as palestras prioritárias”, diz. Apesar de um título chamativo ter seu diferencial, o que mais pesou em sua decisão foi a capacidade de cada tema para aperfeiçoar seu trabalho na ONG.
Para Bruna Alvez, do Greenpeace, é importante que o título do conteúdo traga palavras-chave para os visitantes se orientar nessas escolhas, pelo menos num primeiro momento. Mas eles funcionam só como um primeiro passo. “A partir de um nome direto e autoexplicativo, vou ler a descrição para conferir se está realmente alinhado às minhas expectativas”, diz. Bruna buscou ora conteúdos relacionados ao seu momento profissional, sobre liderança, além de ter assistido palestrantes já conhecidos em sua trajetória no terceiro setor. “Quando você já conhece o trabalho de alguém, tem uma noção melhor do que esperar da apresentação”, diz.
No time do Instituto Ronald McDonald, Pedro Magalhães revela que usa até o LinkedIn para saber mais sobre o palestrante, antes de definir seu itinerário no evento. Pela primeira vez no Festival ABCR, ele e sua colega
Nathalie Dejean – também do Instituto – dividiram as pesquisas para chegarem a descrições mais completas e otimizar a grade dos melhores conteúdos. “A gente faz a nossa agenda pelo site, evitando a versão mobile da programação, que é muito resumida”, conta ele. Entre os temas que mais o interessou neste ano foi a apresentação do Censo ABCR, com o perfil do profissional de captação de recursos no Brasil. Para Nathalie, os nomes funcionam como o primeiro convite a entrar na sala. “Mas é preciso uma análise aprofundada entre tantas possibilidades simultâneas”, conclui.
(Redação ONG News)
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