Relatório da OCDE aponta desafios e desigualdades no ensino superior brasileiro

ONG News
24 de setembro de 2025
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O Brasil ainda enfrenta obstáculos significativos para ampliar o acesso, melhorar a permanência e reduzir desigualdades no ensino superior. Os dados constam no Education at a Glance (EaG) 2025, relatório internacional da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), lançado no país pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

O relatório mostrou que, em 2024, 24% dos jovens brasileiros de 18 a 24 anos estavam fora do emprego e da educação, acima da média da OCDE (14%), com maior incidência entre mulheres, que representam 29% ante os 19% dos homens. Apesar disso, mulheres concluem mais seus cursos universitários que homens (53% contra 43%), evidenciando, segundo Cláudia Costin, desigualdades de gênero persistentes na educação.

“Constatamos que muitas jovens, dado o fato de que a jornada escolar no ensino fundamental é de apenas quatro horas, precisam abandonar os estudos para cuidar dos irmãos menores, por exemplo. Além disso, ainda temos um número expressivo de gravidez na adolescência”, explica a presidente do Instituto Salto e ex-diretora global de educação do Banco Mundial.

Outro destaque do relatório é a baixa taxa de conclusão no ensino superior. Mesmo três anos após o término do programa teórico, apenas 49% dos novos ingressantes concluíram os estudos, em comparação à média da OCDE de 70%. Além disso, o abandono no primeiro ano é preocupante: 25% dos ingressantes deixam o curso nesse período, quase o dobro da média internacional, de 13%. A proporção de jovens de 25 a 34 anos com diploma de nível superior no Brasil é de 24%, bem abaixo da média dos países analisados, de 49%.

“Parte disso tem a ver com a questão da entrada precoce no mercado de trabalho, por necessidades familiares, outra por inadaptação à vida universitária”, observa Cláudia Costin. 

Na busca por soluções, o Investimento Social Privado (ISP) desempenha um papel estratégico na educação brasileira, justamente por ser a principal área de atuação do setor, de acordo com dados do Censo GIFE 22-23. Cenário que reforça a importância do trabalho complementar entre os governos e o ISP para a construção de soluções em larga escala, capazes de gerar impacto real na aprendizagem. 

Perspectiva ressaltada por Denis Mizne, CEO da Fundação Lemann. “O Brasil não vai ser o país justo e desenvolvido que desejamos se não formos capazes de garantir uma educação pública de alta qualidade. E essa tarefa não é só para governos. O ISP pode e deve ter um papel muito estratégico e importante.”

Fonte: GIFE

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