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*Por Ana Claudia Badra Cotait
O Dia Internacional da Mulher é mais do que uma data para comemorarmos, é um momento para refletir sobre os desafios que enfrentamos na sociedade e, principalmente, no mundo dos negócios.
As estatísticas são claras: mulheres ainda ganham, em média, 20% menos do que os homens exercendo as mesmas funções, enfrentam preconceito no mundo corporativo e têm mais dificuldade para acessar crédito e recursos para alavancar seus empreendimentos.
Apesar dessas barreiras, continuamos a nos destacar, liderando inovações e conquistando novos espaços em diversos setores. O empreendedorismo feminino tem crescido de maneira expressiva e, segundo o Sebrae, cerca de 34% dos nossos empreendedores são mulheres, mas, mesmo com esse crescimento, ainda temos dificuldades para obter suporte adequado para gerir e alavancar nossas empresas.
A pesquisa Perfil Nacional da Mulher Empreendedora – resultado da parceria entre a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), o Conselho Nacional da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC) e o Sebrae Nacional – aponta que a dupla jornada de trabalho, a falta de incentivo da família, a dificuldade de lidar com as finanças, o desconhecimento sobre gestão e a insegurança de ser independente, administrar o próprio negócio e competir no universo corporativo dominado por homens, ainda são limites que as mulheres precisam transpor por meio do autoconhecimento e da capacitação.
Infelizmente, muitas mulheres ainda acreditam que precisam de homens para gerir seus negócios pois eles são “mais espertos”, que não merecem dinheiro, amor e sucesso, além de se sentirem sobrecarregadas, cansadas e culpadas por terem que deixar de cuidar da casa e da família para empreender.
Essa mentalidade que ainda persiste foi fundamentada em leis absurdas como o Código Civil de 1916 que considerava as mulheres casadas “incapazes”, determinava que o marido era o chefe da sociedade conjugal e tinha o direito de proibir ou permitir que a mulher trabalhasse. Além disso, o Código impedia as mulheres casadas de abrir contas no banco, ter estabelecimentos comerciais e viajar sem a autorização dos maridos.
Apesar dessa realidade ter melhorado um pouco em 1962, com o “Estatuto da Mulher Casada” que definiu que a mulher não mais precisava de autorização para trabalhar fora, nossa realidade ainda está longe do que foi estabelecido pela Constituição Federal do Brasil que afirma que homens e mulheres são iguais nos direitos e nas obrigações, proibindo qualquer diferença de salários para o mesmo trabalho, de exercício de funções e de critério de demissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.
Precisamos ter em mente que, além de empreendedoras, somos mães, filhas e esposas e podemos nos unir e contar com o apoio de órgãos como o CMEC que incentiva o protagonismo feminino no mundo dos negócios para crescer e consolidar nosso papel na sociedade e economia.
Ha 4 anos quando criamos o CMEC, voltado ao empreendedorismo e cultura principalmente nas Associações, vi o quanto as mulheres se destacam e se mobilizam em todo o país. Hoje temos mais de 900 conselhos distribuídos entre as 2300 associações comerciais. Com mulheres ativas, gerenciando indústrias, atuando no agro e administrando suas empresas no varejo e na área de serviços, acredito que estamos verdadeiramente buscando nosso espaço e criando liberdade para Empreender o que antes era proibido até́ por lei.
Hoje, o CMEC dá colo, ombro e empurrão para mulheres que precisam de ajuda por meio dos nossos programas de capacitação, mentorias e redes de networking que proporcionam oportunidades para que cada vez mais pessoas possam empreender com segurança e sucesso.
Neste Dia Internacional da Mulher, vamos celebrar nossas conquistas e reforçar nosso compromisso com um futuro mais igualitário, onde nós, mulheres, possamos empreender, liderar, transformar e vencer barreiras e preconceitos.
Vamos nos unir para construirmos um futuro mais justo e inclusivo!
*Ana Claudia Badra Cotait é presidente do CMEC – O Conselho Nacional da Mulher Empreendedora e da Cultura que atua como um fórum de referência de estudos, debates e inspirações à mulher empreendedora, além de desenvolver ações, campanhas e projetos sociais e culturais. Também atua como instrumento para que lideranças femininas discutam seus problemas e apresentem propostas que mobilizem a comunidade empresarial e a sociedade organizada. Possui mais de 900 conselhos da mulher, distribuídos pelo Brasil.
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