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Uma bandeira de 20 metros de diâmetro, utilizada pelo Greenpeace Brasil em 2023 para promover a participação popular em políticas públicas de adaptação climática, foi reutilizada e deu origem a mais de uma centena de jaquetas e bolsas. As peças serão doadas a pessoas LGBTQIAPN+ em situação de vulnerabilidade na capital de São Paulo.
A ação, batizada de “Vestir a bandeira, defender o clima”, é fruto de uma parceria do Greenpeace com as organizações Cabrochas, marca de moda sustentável que atua em Pernambuco, e Casa 1, projeto de acolhida de jovens que foram expulsos de casa por suas orientações afetivas sexuais e identidade de gênero.
O ator e influenciador digital Vitor DiCastro, a cantora Pepita e a deputada federal Erika Hilton, ativista pelos direitos das pessoas LGBTQIAPN+, são apoiadores da iniciativa. Eles participaram de uma sessão de fotos com as jaquetas e bolsas na sede do Greenpeace Brasil em São Paulo. O ensaio de moda também contou com a participação de ativistas da Casa 1, assim como de colaboradores LGBTQIAPN+ da equipe da organização ambiental. Todas as peças utilizadas no ensaio serão doadas nas próximas semanas.
De forma coletiva, essa pluralidade de corpos, rostos, vozes e histórias retratadas no ensaio fotográfico levam nosso recado ainda mais longe: é possível construir um mundo mais sustentável e com dignidade para todas as pessoas, em que a mitigação climática se paute pelo senso de comunidade, valorizando saberes circulares e o fazer criativo.
Logística reversa
As jaquetas da iniciativa “Vestir a bandeira, defender o clima” segue a ideia da logística reversa, um conjunto de procedimentos que permite a reutilização de produtos e materiais em novas peças, aumentando o ciclo de vida desses itens, contribuindo para reduzir impactos ambientais inerentes à indústria têxtil e, consequentemente, para a mitigação climática.
“Cada uma das peças produzidas nesta ação é única e singular, o que comprova a eficiência da logística reversa que, através do poder do upcycling (termo para termo para ressignificação têxtil ou reciclagem criativa), acolhe a diversidade de sermos muitos, únicos e importantes em nossas existências”, explica a criadora da Cabrochas, Maria Gabrielly.
De acordo com dados da organização sem fins lucrativos Global Fashion Agenda, a indústria da moda é a segunda mais poluidora do mundo, atrás apenas da indústria petrolífera, a maior vilã da crise climática. O tecido poliéster, por exemplo, é derivado do petróleo e pode demorar até 200 anos para se decompor.
Nesse sentido, a ação convida o público a refletir e incentivar projetos sustentáveis para impedir que o meio ambiente continue sofrendo em nome de interesses econômicos de indústrias e empresas. Segundo o Painel das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, a indústria da moda é responsável por entre 2 e 8% das emissões globais de carbono, com grande impacto sobre o clima do planeta.
“Participar de uma campanha que olha de forma tão cuidadosa para todas as etapas é muito poderoso. Um tecido proveniente de um protesto socioambiental, contrata produtores locais que transformam esse tecido em jaquetas que são doadas para a Casa 1 e distribuídas para população LGBT+ em situação de vulnerabilidade. O percurso e história dessa ação, afirma que temos que estar juntes contra a desigualdade e proteção do meio ambiente. A pauta ambiental é sim uma pauta LGBT+ e a pauta LGBT+ também é uma pauta ambiental”, afirma diretor de Educação e Cultura da Casa1, Ângelo Castro.
População LGBTQIAPN+: Políticas inclusivas e apoio adequado para enfrentar os impactos climáticos
Além de olhar para um processo de produção e descarte mais sustentável, essa também é uma ação de fortalecimento da causa LGBTQIAPN+, de suma importância para o Greenpeace Brasil e para as demais organizações envolvidas.
O porta-voz da campanha de justiça climática do Greenpeace Brasil, Igor Travassos, explica a conexão da ação com a defesa das populações socialmente vulnerabilizadas, que são as mais atingidas pelos efeitos da crise climática.
“A falta de moradia segura e a vulnerabilidade econômica aumentam os riscos durante eventos climáticos extremos. A comunidade LGBTQIAPN+ está entre as populações mais vulnerabilizadas e atingidas em razão das desigualdades históricas e negação de direitos que essa população enfrenta em diversos setores sociais e econômicos. Nesse sentido, a iniciativa ‘Vestir a bandeira, defender o clima’ alerta que além de agir efetivamente para conter a crise climática, é essencial que os tomadores de decisão desenvolvam políticas climáticas inclusivas, que considerem as necessidades específicas desta comunidade para promover resiliência e equidade, sobretudo com uma parcela grande desta comunidade vivendo em situação de rua”, diz o porta-voz do Greenpeace Brasil.
Fonte: Greenpeace Brasil
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