
*Por Ewerson Steigleder
Em meio a um cenário de crescentes demandas sociais e recursos cada vez mais escassos, organizações do terceiro setor – ONGs, fundações e associações sem fins lucrativos – enfrentam o desafio constante de manter suas operações sustentáveis e de impacto relevante. Nesse contexto, a gestão eficiente tornou-se não apenas uma vantagem, mas uma condição essencial para a sobrevivência e a credibilidade dessas instituições.
Ao contrário do que se imaginava no passado, atuar no terceiro setor não significa operar de forma improvisada ou voluntarista. Pelo contrário: as organizações sociais mais bem-sucedidas aplicam práticas modernas de gestão, com planejamento estratégico, governança, controle de resultados e métricas de impacto tão rigorosas quanto as encontradas em empresas privadas. A visão de que gestão de ONGs de toda ordem poderia ser feita única e exclusivamente de forma voluntária, como um favor oferecido por aqueles que acreditavam no projeto, ficou para trás. Já que esse tipo de gestão geralmente resultava em ineficiência e baixa produtividade. Ewerson Steigleder, especialista em Gestão e Empreendedorismo com mais de 15 anos de experiência no Terceiro Setor esclarece que mesmo nas ONGs (Terceiro Setor) a gestão surge de profissionalismo e eficiência onde vários fatores são cruciais para o sucesso, dentre eles:
a) transparência na prestação de contas;
b) diversificação de fontes de receita;
c) uso de tecnologia para otimização de processos;
d) liderança capacitada e comprometida com os princípios da missão institucional;
e) capacidade de construir redes de colaboração com governos, empresas e a sociedade civil, o que amplia significativamente o alcance e a eficácia das ações realizadas.
Como exemplos concretos de como a gestão eficiente pode transformar a realidade de uma organização e das comunidades que ela atende, Ewerson Steigleder aponta três ações práticas que realizou e obteve reconhecido sucesso e que podem inspirar outros profissionais da área. Confira:
A) Relacionamento com governo, captação de recursos, visão estratégica, liderança: A JCI Brasil enfrentava o desafio de expandir sua presença nacional, aumentar sua representatividade e fortalecer sua estrutura institucional de maneira sustentável. Era necessário fundar novas organizações locais, atrair novos membros e garantir uniformidade nas ações e valores em todo o país.
Para superar esses desafios, o projeto contemplou uma série de ações estruturadas, como:
Captação de recursos por meio de uma parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), que financiou integralmente a iniciativa.
Com isso, os resultados foram expressivos e superaram as expectativas:
B) Visão estratégica, atenção a legislação pertinente, comprometimento institucional, tecnologia: O reconhecimento da UEB como entidade Sem Fins Lucrativos de Utilidade Pública, resultando na isenção do pagamento do INSS para a instituição durante sua manutenção.
Para esta conquista foi necessária:
C) Transparência, gestão eficiente, tecnologia: A alteração do formato de confecção dos orçamentos anuais da UEB, a ser apresentado à Assembleia Nacional para aprovação. Steigleder desenvolveu uma nova formatação explicativa do orçamento apresentado, demonstrando ponto a ponto as receitas e despesas e a rubricas onde os recursos seriam empregues no ano subsequente, facilitando a compreensão dos números e propostas, trazendo transparência e assertividade ao processo de aprovação das contas.
Para fins de aprovar esta mudança de paradigma foi necessário:
Casos como esses demonstram que o terceiro setor pode (e deve) aliar propósito social à excelência na gestão. Em um país como o Brasil, em que as desigualdades ainda são profundas, organizações bem geridas têm papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e resiliente.
*Ewerson Steigleder é especialista em Gestão e Empreendedorismo com mais de 15 anos de experiência no Terceiro Setor.
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