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A ONG Núcleo de Preservação da Memória Política (NM) promove, no dia 13 de dezembro, a 3ª edição do Prêmio Memória e Resistência, que homenageia personalidades que dedicaram suas vidas à defesa da democracia, dos direitos humanos e da preservação da memória sobre a ditadura militar brasileira. Os escolhidos deste ano são o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh e Ilda Martins da Silva, ex-presa política e viúva de Virgílio Gomes da Silva, militante considerado o primeiro desaparecido político do regime.
A cerimônia ocorrerá no antigo prédio do DOI-Codi/SP, um dos principais centros de tortura da ditadura e hoje local de preservação da memória, onde o próprio Núcleo organiza visitas mediadas desde 2017. O espaço, que já recebeu mais de cinco mil visitantes, se tornou um marco simbólico da resistência e da luta por justiça, e reforça o caráter histórico da premiação.
Greenhalgh, que teve sua trajetória profissional transformada após defender presos políticos no regime militar, foi um dos articuladores de projetos como Brasil: Nunca Mais e do movimento pela anistia. Atuou em jornais de resistência e teve carreira política destacada, chegando a vice-prefeito de São Paulo e deputado federal por quatro mandatos.
Ilda Martins da Silva, por sua vez, teve a vida devastada pela repressão. Presa e torturada por nove meses, teve os filhos retirados de casa e, após a libertação, enfrentou perseguições que a levaram ao exílio com a família. Reconstruiu a vida primeiro no Chile de Salvador Allende e depois em Cuba, onde criou e educou os quatro filhos, todos engenheiros.
Para Maurice Politi, diretor-executivo do NM e ex-preso político, os homenageados representam “coragem e perseverança diante do arbítrio”. Ele destaca que reconhecer trajetórias como essas é essencial para manter viva a memória das violações cometidas pelo Estado e reafirmar a importância dos direitos humanos.
Além da premiação, o evento reforça o trabalho contínuo do Núcleo em transformar lugares de repressão em espaços de educação e reflexão. As visitas guiadas ao antigo DOI-Codi são conduzidas por educadores e incluem depoimentos de ex-presos políticos, promovendo debates sobre cidadania, democracia e justiça.
Segundo o historiador César Novelli Rodrigues, do NM, esses locais de memória “não são depósitos de lembranças, mas espaços ativos na construção de narrativas que confrontam o silêncio e a negação”. Ele ressalta que revisitar criticamente o passado é passo fundamental para fortalecer uma sociedade mais justa e democrática.
A noite de entrega do Prêmio Memória e Resistência marca, simbolicamente, o retorno de Greenhalgh ao prédio onde sua atuação política e profissional tomou novo rumo, e a chegada da família de Ilda ao local onde Virgílio Gomes da Silva foi assassinado em 1969, um gesto que reafirma a urgência de preservar a memória como compromisso público.
(Redação ONG News)
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