A aprendizagem como arma na luta contra o trabalho infantil

Redação
3 de julho de 2018
  • Geral
Compartilhe

No dia 12 de junho celebramos o Dia Mundial do Combate ao Trabalho Infantil. Essa luta, tão pouco divulgada, retrata a busca pela extinção de um mal que assola nossa sociedade há muito tempo.

O trabalho infantil aparece em nosso dia a dia nas mais variadas formas, desde famílias colocando seus filhos para trabalhar nos serviços domésticos, até a exploração sexual dessas crianças, passando pelos trabalhos na agricultura e na indústria. Os efeitos disso tudo são devastadores.

Além de retirar das crianças e dos adolescentes direitos básicos, como o acesso à educação, ao lazer e ao esporte, o trabalho infantil acarreta em diversos problemas de saúde, como fadiga, distúrbios do sono, irritabilidade e problemas respiratórios. Inclusive, os trabalhos físicos pesados podem prejudicar o próprio desenvolvimento físico, ocasionando lesões na coluna e produzindo deformidades. De acordo com dados do Ministério da Saúde, crianças e adolescentes se acidentam seis vezes mais do que adultos em atividades laborais.

Para mudar essa realidade, o dispositivo com a maior efetividade desenvolvido por nossos representantes tem sido a aprendizagem.

A aprendizagem muda realidades

A aprendizagem tem se mostrado um instrumento excepcional no combate ao trabalho infantil. Por intermédio dela, os adolescentes veem suas necessidades atingidas e ainda têm assegurados os seus direitos à educação, ao lazer, ao esporte e, por que não, à integridade física.

É claro que a imensa maioria dos aprendizes busca na aprendizagem uma fonte de renda, mais do que uma oportunidade de formação. Seja para conquistar a própria independência financeira, ou para ajudar na formação da renda familiar, os adolescentes buscam os cursos de aprendizagem em decorrência, principalmente, da oferta de remuneração, incluindo o terço de férias e o décimo terceiro salário.  Entretanto, junto a essa remuneração, o adolescente recebe muitos benefícios que, por vezes, ele mesmo não percebe.

Tem-se, pela legislação da aprendizagem, a garantia de limite de jornada. Os aprendizes não podem estender seu período de trabalho diário por mais de 6 horas, ou até 8 horas se, no mesmo dia, tiverem aulas teórica e prática. Mais do que isso, é proibida a realização de trabalho em horário extraordinário. Isso garante que o adolescente possa aproveitar o seu tempo de outras formas, com atividades esportivas, em lazer com a família, ou estudando.

Além disso, caso o aprendiz não tenha completado o ensino médio, é requisito para a realização de um curso de aprendizagem estar matriculado no ensino regular, com bom aproveitamento escolar.

Com isso, a aprendizagem oferece, além de um salário, também estudo e uma formação profissional, propiciando, no médio prazo, melhores condições de empregabilidade. E tudo isso deve ser oferecido em ambiente seguro ao adolescente, haja vista que a aprendizagem não pode ser realizada em ambiente insalubre ou perigoso.

Resultados em números

A efetividade da aprendizagem, em conjunto com outras políticas públicas de redução do trabalho infantil, pode ser vista nos números.

De acordo com o IBGE, entre os anos de 2004 e 2015 o trabalho infantil teve uma redução de 50%, caindo de 5,3 milhões de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil, para 2,7 milhões.

É importante que toda a sociedade se conscientize acerca da importância da aprendizagem na função de reduzir os índices de trabalho infantil. Diversas empresas têm buscado subterfúgios a fim de evitar a contratação de aprendizes, em desrespeito à legislação. Não percebem, talvez, a relevância social do cumprimento da cota legalmente estabelecida, colocando seus processos econômicos acima do interesse social.

Estejamos alertas. Os órgãos de fiscalização, em especial o Ministério Público do Trabalho, possui meios de denúncia fácil à maioria de nós. É nossa função, enquanto agentes transformadores da sociedade, estarmos atentos às empresas que descumprem a lei, denunciando quando cabível. Devemos agir juntos em busca da eliminação da chaga social chamada trabalho infantil.

Conheça a AEFS – Associação de Educação Familiar e Social do Paraná, cliente da Agência Nossa Causa que trabalha com a integração de jovens em situação de risco social ao mercado de trabalho.

Veja também a campanha que criamos para o Dia Mundial do Combate ao Trabalho Infantil:

trabalho-infantil-campanha-nossa-causa

Autor: Daniel Dammski Hackbart, da equipe da Marins de Souza, Leal & Olivari Advogados

Veja mais notícias sobre
newsletter
Fique por dentro de todas as notícias com o nosso resumo semanal.
Newsletter v2

Ao informar os meus dados, eu concordo com a Política de Privacidade.

Prometemos não utilizar suas informações de contato para enviar qualquer tipo de SPAM.

Notícias relacionadas
O "Nossa Causa" é um portal de notícias dedicado ao fortalecimento e disseminação de informações sobre o terceiro setor no Brasil. Nosso compromisso é fornecer conteúdo de alta qualidade e relevância, abordando temas como responsabilidade social, voluntariado, filantropia e inovações sociais. Com uma equipe de jornalistas especializados e colaboradores apaixonados, buscamos amplificar vozes e iniciativas que promovem impacto social positivo, além de oferecer análises e insights que auxiliam organizações e indivíduos engajados em causas sociais.
Nas Redes
Fale Conosco

Fale: 11 3251-4482
WhatsApp
redacao@notasocial.com.br
Rua Manoel da Nóbrega, 354 – cj.32
Bela Vista | São Paulo – SP | CEP 04001-001

newsletter
Fique por dentro de todas as notícias com o nosso resumo semanal.
Newsletter v2

Ao informar os meus dados, eu concordo com a Política de Privacidade.

Prometemos não utilizar suas informações de contato para enviar qualquer tipo de SPAM.