A economia brasileira está passando por um período de recessão que, desde 2015, vem contribuindo para a redução dos postos de trabalho e aumento do trabalho informal. A redução dos empregos levou muita gente a aceitar uma remuneração menor ou a ficar sem salário, afetando o nível de pobreza e renda.
É nesta realidade, que muitos brasileiros tem apostado no empreendedorismo para voltar ao mercado de trabalho e atuar na construção de um novo modelo de negócios que integra a lógica do funcionamento do segundo e terceiro setor para colaborar no enfrentamento dos desafios sociais, provando que a escolha entre ganhar dinheiro e fazer o bem não é mais necessária!
Surge assim, as empresas sociais que nascem não para alcançar ganhos pessoais, mas para buscar metas sociais específicas, por meio de mecanismos de mercado para a construção de uma nação social e economicamente forte.
Funciona assim: ao contrário das organizações sociais que não tem fins lucrativos ou das empresas que só visam o lucro, as empresas sociais são empreendimentos que buscam alinhar viabilidade econômica com preocupação social, tendo como finalidade principal resolver ou minimizar um problema coletivo seja ele social ou ambiental, ou seja, quanto maior o impacto social gerado, maior retorno econômico. É uma maneira de atrelar o ambiente de negócios com a obtenção de benefícios sociais, sendo uma alternativa viável para criar uma economia e uma sociedade sustentável no longo prazo.
Confira as principais diferenças entre os modelos
Empresa Social | Organização Social |
Geram lucro | Sem fins lucrativos |
Incluir grupos de baixa renda na cadeia produtiva de valor | É aberto a todos os grupos de pessoas |
Cobra pelos serviços que oferece | Faz filantropia sem cobrar nada |
É autossustentável | Depende de apoios e financiamentos |
Emprega e remunera funcionários | Pode ter vínculos empregatícios com limitações |
Pagam impostos | Podem ter imunidade e isenções fiscais |
Tabela 01 : Diferenças entre empresas sociais e organizações sociais
Fonte: Impact Hub (https://impacthubcuritiba.com)
Um exemplo é a Ink, empresa social especializada em gestão de projetos sociais. A Ink ajuda organizações e gestores sociais a expandirem o seu impacto através de diversos serviços de Gestão de Projetos e dos cursos de formação PMDPro e PgMD, únicas metodologias com certificação internacional para área social. Então o trabalho é, basicamente, ajudar organizações e pessoas a fazerem o bem da maneira mais sustentável e estruturada. Com isso, desde 2011 já formaram mais de 67 turmas na metodologia PMDPro e auxiliaram mais de 62 projetos a seguirem sua missão de ajudar ao próximo.
Além da Ink, há outras iniciativas provando seu potencial. Recentemente a Pipe Social realizou um mapeamento do setor que analisou 1002 startups brasileiras . O levantamento revelou que as três áreas em que há mais negócios de impacto são Tecnologias Verdes (46%), Cidadania (43%) e Educação (36%), sendo que, 62% estão na Região Sudeste, 14% na Região Sul, 11% na Região Nordeste, 7% na Região Norte e 5% no Centro-Oeste do país, ou seja, trata-se de um modelo de negócio em expansão.
Quer saber mais?
Acesse o Mapa de negócios de Impacto da Pipe Social
Assista ao webinar que a Nossa Causa fez com a Yunus, referência no assunto
Texto de Bruna de Paula, Pós Graduada em Gestão de Negócios: Inovação e Competitividade pela Unisal e bacharela em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas pela Fapcom, possui mais de 8 anos de experiência no gerenciamento de projetos sociais, educacionais, culturais e de Responsabilidade Social. Autora de materiais didáticos na área de inovação e empreendedorismo, possui expertise em liderar e capacitar equipes em que participou no desenvolvimento gerencial de Organizações Sociais e de iniciativas que fomentaram a cultura empreendedora em jovens empresários.