Iniciativa privada
A fonte mais acessada no mundo todo. A que tem maior número de doadores e maiores valores aportados para diversos projetos, empreendedores sociais e OSCs. O que difere o hemisfério norte do sul, com raras exceções, é que no norte são as pessoas (indivíduos) que doam percentualmente mais e, no sul, são as empresas.
Segundo estimativa da coordenadora da área de responsabilidade social do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, Anna Maria Medeiros Peliano, em entrevista de 2010[1], o mercado de doações de empresas para ações sociais no Brasil estaria além de R$ 8,5 bilhões em 2010.
O estudo do IPEA, realizado em 2004 com mais de 9.000 empresas, aponta que 69% dessas empresas realizaram, em caráter voluntário, alguma ação social ou doação, que variou de uma cesta básica até milhões de reais (PELIANO, 2006). Outro dado importante é o estudo realizado, desde 2001, pelo GIFE – Grupo de Institutos Fundações e Empresas que aponta em 2014 as doações dos 113 associados, dentre os maiores grupos empresariais, o volume total investido alcançou a ordem de R$ 3 bilhões, num crescimento real de 18,44% entre os anos de 2009 e 2014[2], cerca de 17% dos aportes com a utilização de incentivos fiscais – R$ 510 milhões.
Portanto, a fonte empresa ainda é muito importante no Brasil com quase R$ 9 bilhões aportados, sendo R$ 2,5 bilhões com incentivo fiscal[3] e R$ 6,4 bilhões sem incentivo fiscal, correspondendo a cerca de 24% do mercado de doações em 2012/2014. Para acessar essa fonte deve-se entender que existem vários tipos de empresas e que sua forma de abordagem também é diferente. Pode-se segmentá-las pela origem do capital (nacional, multinacional), pela região geográfica em que atuam, pelo tamanho (faturamento ou número de empregados), pela presença ou não de uma área ou política de responsabilidade social.
Também é necessário verificar como a empresa divulga a concessão de recursos, se por meio de edital para a escolha de projetos, se tem projetos próprios ou institutos, bem como se OSCs e empreendedores sociais interessados podem entrar em contato direto, ou seja, não bastam bons projetos, relacionamentos ou bater na porta. Esta fonte exige intensa pesquisa prévia.
Já pessoas físicas ou indivíduos, em sua maioria, doam valores pequenos de forma regular ou esporádica. Além de valores monetários, essas pessoas doam seu tempo fazendo parte do corpo diretivo das organizações ou colaborando em suas atividades. Também a doação de serviços profissionais, tais como, fotógrafo, design e outros é uma forma frequente de doação.
Meyer; Pascucci; Murphy (2012), em seu artigo discutem um projeto com a participação de voluntários em hospitais de Curitiba, citam existir três ganhos utilizando esta fonte, quais sejam: redução de custo, melhoria da imagem da organização e atendimento social e psicológico para o beneficiário. Para acessar esta fonte, ou seja, pessoas físicas ou indivíduos, as ferramentas, táticas e formas ocorrem pelo telemarketing, mala direta, cara a cara (na rua ou em visitas pré-agendadas), eventos, anúncios em TVs, rádios e revistas. Já médios e grandes doadores, apesar de poucos, são importantes para muitas organizações e exigem visitas pessoais.
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Por: Michel Freller
Fonte: Captamos