Meu nome é Milton, sou Coordenador de Projetos Sociais, e uma das minhas atribuições é elaborar projetos para captação de recursos. O termo mais comum que nos é atribuído é o de captadores de recursos.
Como toda OSCIP, a minha sobrevive da aprovação desses projetos apresentados a financiadores, seja por meio de editais, licitações e demanda espontânea. Essa tarefa não é fácil, pois a vida financeira da sua organização depende muito do seu esforço e dedicação para a construção de um projeto bem elaborado, orçado, justificado e com resultados satisfatórios para seu contratante. Com o passar dos anos, essa minha função se tornou menos amedrontadora. Ocupar um cargo desse nível demonstra reconhecimento pelo seu trabalho.
Nesse artigo, vou esclarecer como foi a elaboração do meu primeiro projeto e te dar dicas para que não cometa os mesmos erros que cometi muitos anos atrás. O profissional pode ter a formação que for, mas a prática é bem diferente da teoria. Descobrimos que é difícil quando colocamos a mão na massa.
Lembro, como se fosse hoje, quando meu coordenador me convocou para uma reunião com o informe de que eu precisava elaborar sozinho um projeto para instituição. Meus olhos brilharam de alegria por saber que faria parte desse momento. O problema foi quando me enviaram as planilhas e documentos a serem preenchidos. Meu Deus, o que era aquilo? Uma loucura. O medo de não conseguir contribuir, o medo de não atender à expectativa da minha equipe. Pensei positivo e fui à luta, aliás ao computador.
Sabemos que o projeto possui uma estrutura organizacional já pré-definida (em alguns editais pode ser alterada), mas o mais comumente exigido é:
- Introdução
- Objetivo geral e específicos
- Justificativa
- Definição de atividades
- Cronograma de atividades
- Metodologia
- Orçamento
- Bibliografia
Sempre que elaborei algum projeto tive a supervisão e colaboração de toda equipe. No início foi muito complicado por diversos fatores, minhas ideias divergiam com as da minha coordenação. Eu sabia o que queria, mas infelizmente não conseguia colocar no papel. Me sentia perdido. Escrevia um parágrafo de justificativa, parava. Rascunhava os objetivos mas não conseguia sequer fechar um tópico daquele documento.
Com prazo de entrega curtíssimo, e precisando apresentar uma primeira versão para a equipe, resolvi levar trabalho para casa. No meio do caminho, pensando o que fazer, me lembrei de um grande professor que lecionou no meu curso técnico que dizia: “Na vida nada se cria, tudo se transforma”. Foi aí que resolvi pesquisar no oráculo Google, metodologias para elaboração de projetos que já existiam (com o tempo acabei criando a minha própria ferramenta que vou compartilhar com vocês).
Metodologia 5W2H
Descobri diversas ferramentas que nos auxiliam para a construção de um projeto, mas hoje vou falar da que mais me chamou atenção e que implemento em meu dia-a-dia. Talvez você possa ter ouvido falar em Metodologia 5W2H.
Relaxa! Não se trata de nenhuma fórmula química, mas pode ser a solução de muitos dos seus problemas na hora de colocar seu projeto no papel.
Além de ser uma opção na hora de elaborar o tão sonhado projeto, serve como instrumento de avaliação das informações, ou seja, a metodologia explana se falta algo importante ao projeto.
Uma ferramenta eficaz nas atribuições de funções, planejamento, elaboração de projetos. A 5w2h procura questionar suas ideais, contribuindo para uma visão mais aguçada, de forma a descobrir lacunas existentes. Pode ser aplicado em qualquer tipo de planejamento, seja ele empresarial ou social, auxiliando na elaboração de planos de ação, e facilitando a compreensão de seu usuário.