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Vivemos uma crise sem precedentes em todo o mundo. Neste momento, busca-se responder às questões mais urgentes e as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) são peças fundamentais deste processo. Mas qual será o impacto da Covid-19 nas OSCs brasileiras?
Desde que a pandemia chegou ao país, grande parte delas está sofrendo com a diminuição de recursos para se manter, e 1 em cada 5 já declara estar sem fundos para continuar suas atividades. E há o risco da interrupção de suas atividades, redirecionamentos ou cancelamentos de verbas governamentais e/ou privadas já aprovadas e instabilidade na captação de recursos com pessoas físicas.
É o que revela o estudo Impacto da Covid-19 nas OSCs brasileiras: da resposta imediata à resiliência, coordenado pelas consultorias Mobiliza e Reos Partners e cofinanciado pela Fundação Tide Setúbal, Fundação Laudes, Instituto ACP, Instituto Humanize, Instituto Ibirapitanga, Instituto Sabin e Ambev.
A iniciativa conta ainda com parceria técnica da Move Social e um Comitê Estratégico voluntário, que apoia nas articulações do projeto e na análise dos dados, formado por ABCR, Arredondar, GIFE, Instituto Filantropia, Move Social, Nossa Causa, Ponte a Ponte, Prosas e Rede de Filantropia pela Justiça Social. Também voluntária, a Because faz a identidade visual e os materiais de comunicação.

Para entender melhor esse cenário e os impactos da COVID-19 nas OSCs brasileiras, 1.760 representantes de organizações em todas as regiões do país, responderam a um formulário no período entre 18 de 31 Maio de 2020. O estudo combinou a metodologia quantitativa, por meio de questionário online enviado por email e divulgado amplamente nas redes sociais, com 15 entrevistas qualitativas para aprofundar a compreensão dos dados.
“A ideia do estudo surgiu porque começamos a perceber um cenário paradoxal: por um lado, as OSCs, estratégicas no combate aos problemas sociais e ambientais brasileiros, passaram a ser ainda mais relevantes para atenuar os efeitos da COVID-19 nas populações mais afetadas. Por outro lado, identificamos que a sustentabilidade das OSCs, já frágil em momentos normais, vai piorar com os efeitos da pandemia, justamente quando mais precisaremos delas.”
Aponta Rodrigo Alvarez, diretor da Mobiliza e um dos idealizadores e coordenadores do estudo.
Dos respondentes, 87% relataram ter todas ou parte de suas atividades principais interrompidas ou suspensas por conta da crise. Ainda segundo o estudo, 73% das OSCs relatam que a crise as enfraqueceu muito (36%) ou parcialmente (37%).
Chama a atenção entre os dados levantados que, mesmo com as restrições financeiras, até o final do ano, a grande maioria das organizações respondentes (87%) prevê continuar as atividades, com grandes (58%), pequenas (24%) ou sem significativa (5%) mudança.
Este dado é um alento, considerando que 87% das OSCs está atualmente oferecendo algum tipo de atendimento às populações afetadas pela COVID-19 – sendo 58% dessas ações relacionadas à distribuição de alimentos e produtos de higiene para públicos que já eram atendidos. E torna seu trabalho ainda mais necessário – 59% das organizações respondentes acreditam que a demanda por seus serviços deve aumentar após o final da pandemia.
“Se nada mudar, o cenário para os próximos dois, três anos para as OSCs será muito difícil, pois elas estarão lidando com demanda aumentada e diminuição de recursos. É necessário neste momento repensar as alternativas de financiamento do trabalho dessas OSCs, se quisermos preservar esse enorme capital social que o país construiu desde a redemocratização do país, na década de 80”
Afirma Fernando Rossetti, responsável pela pesquisa na Reos Partners.
Entre os impactos negativos da pandemia, além da diminuição da captação de recursos (73%), os respondentes também indicaram o distanciamento e dificuldade de comunicação com os públicos atendidos (55%), a diminuição de voluntários ativos (44%) e o estresse e sobrecarga das equipes (40%) como principais pontos.
A pesquisa também perguntou quais foram os impactos positivos da crise: 53% responderam que tiveram aceleração do uso de ferramentas digitais para o trabalho e 40% indicaram mais engajamento e envolvimento da equipe.
Apesar do cenário complexo, 42% dos respondentes esperam que a cultura de doação deva crescer no país, mas com foco em assistência social e saúde e apenas 6% dos respondentes indica uma tendência de encerrar as atividades até o final do ano, o que demonstra um otimismo por parte das OSCs respondentes.
Para se manterem, as necessidades principais indicadas pelos respondentes são recursos para manter seus custos operacionais (69%) e engajamento da sociedade para manter e apoiar suas ações (46%).
Para conhecer os primeiros dados do maior estudo nacional sobre o impacto da Covid-19 nas OSCs brasileiras:
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