Qualquer tipo de discussão sobre inclusão social é importante. A surdez no Brasil ainda é um grande desafio, tanto que foi o tema da redação do ENEM em 2017. Na ocasião os alunos tiveram que elaborar um texto sobre “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”.
Segundo dados do próprio governo federal, existem no país mais de 10 milhões de pessoas com deficiência auditiva, 20% são completamente surdos.
Assim como qualquer assunto de grande relevância, o tema da redação foi discutido nas redes sociais, e muitas pessoas demonstraram não ter o mínimo de conhecimento sobre inclusão social ou o desafio dos surdos em nosso país. Isso só prova o quanto se faz necessário tornar esse tema mais destacado.
No Brasil temos milhares de pessoas surdas, mas o grande número parece não ser o suficiente para alterar a realidade que vivemos em nosso país. Não há o mínimo de preocupação das escolas em oferecer uma educação inclusiva ou ainda das empresas em oferecer uma chance de trabalho para os surdos e essas pessoas sofrem com a exclusão.
A Língua de Sinais no Brasil
Para acabar com essa barreira que separa as pessoas surdas foi criada a linguagem de sinais, chamada de libras. A Lei nº 10.436 tornou a Língua Brasileira de Sinais a segunda linguagem oficial do país, além disso, os órgãos públicos e empresas vinculadas ao governo tem por obrigação ajudar na inclusão dos surdos e na popularização das libras.
A Língua Brasileira de Sinais é desconhecida para a maioria dos brasileiros
Mesmo sendo a segunda língua oficial do nosso país, as libras são quase desconhecidas para muitos brasileiros. É difícil encontrar empresas que tenham em seu quadro de funcionários alguma pessoa surda, além disso, não existe a preocupação de oferecer treinamentos para ensinar aos empregados a linguagem dos sinais. Devido a isso, se um dia um surdo for até essa empresa, não terá como ser atendido.
A inclusão no ensino e no mercado de trabalho
Dentro das escolas o trabalho que deveria ser de inclusão acaba desempenhando o papel inverso. Aceitar a matrícula de alunos surdos está longe de ser o necessário. Esses estudantes com necessidades especiais deveriam estar junto ao restante dos alunos, mas o que vemos é a criação de salas exclusivas para surdos, que são educados separados do restante.
No mercado de trabalho a inclusão é ainda mais complicada. São poucos os empresários que dão abertura para surdos em suas equipes. Cabe às empresas buscarem adaptações ao ambiente de trabalho para receber uma pessoa que possua qualquer tipo de deficiência.
Alguns pequenos ajustes precisam ser feitos na empresa, como a adaptação de alarmes, a melhoria das formas de comunicações sonoras, além do fomento ao conhecimento da língua de sinais entre alguns profissionais.
A inclusão de surdos na sociedade brasileira está longe do cenário ideal. Empresas que não dão chances para funcionários com essa deficiência, escolas que acabam afastando os alunos com necessidades especiais do restante dos estudantes. A linguagem de libras foi criada para tentar alterar essa realidade, entretanto poucas pessoas a conhecem e procuram aprendê-la.
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Confira mais sobre o assunto, acessando o link que a Nossa Causa produziu para o portal Transformando sobre Como podemos adaptar a escola para surdos.