É possível conhecer mais da atuação e propostas de uma Organização da Sociedade Civil a partir de algumas perguntas básicas: quem ela é, como ela capta recursos, quem são os colaboradores e quais os meios de captação. Para exemplificar esse processo, nossos parceiros da Captamos reuniram alguns dos principais números que representam o setor e desenvolveram um infográfico.
Atualmente, considerando os cenários político, econômico e social brasileiros, vivemos um período de enfrentamento da crise econômica, que é responsável pelo desaceleramento da economia, aumento no índice de desempregos e dificuldades sociais. Nesse contexto, o Terceiro Setor se destaca como um protagonista de superação dessas questões, uma vez que ele abre portas e permite mais acesso a oportunidades para parcelas da população que vivem em situação de vulnerabilidade.
Mas, para que isso torne-se efetivo, o apoio de pessoas e instituições para as ações das Organizações da Sociedade Civil é imprescindível, para garantir a redução das desigualdades sociais no nosso dia a dia.
Mapa das Organizações da Sociedade Civil brasileiras
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) desenvolveu o Mapa das Organizações da Sociedade Civil brasileiras, que traz números e informações relevantes a respeito do perfil das OSCs nacionais. Por exemplo: o Terceiro Setor brasileiro emprega 2,9 milhões de pessoas em cerca de 820.400 Organizações da Sociedade Civil no Brasil, mas, desse total, 83% das instituições não têm sequer um funcionário.
Para a elaboração dos indicativos e conclusões, o Mapa das OSCs segue critérios de identificação e classificação das Organizações da Sociedade Civil em grande medida inspirados em estudos nacionais (em particular, a FASFIL) e internacionais, que consideram OSCs apenas as entidades que se enquadram, simultaneamente, nos seguintes critérios:
- Privadas, não integrantes, portanto, da estrutura estatal
- Sem fins lucrativos, isto é, organizações que não distribuem eventuais excedentes entre os proprietários ou diretores e que não possuem como razão primeira de existência a geração de lucros – podendo até gerá-los, desde que aplicados nas atividades fins
- Institucionalizadas, isto é, legalmente constituídas
- Auto administradas ou capazes de gerenciar suas próprias atividades
- Voluntárias, na medida em que podem ser constituídas livremente por qualquer grupo de pessoas, isto é, a atividade de associação ou de fundação da entidade é livremente decidida pelos sócios ou fundadores
Acesse aqui o mapa na íntegra.
Captação de Recursos
Como captamos?
Uma grande referência de estratégias de captação de recursos para Organizações da Sociedade Civil é a pesquisa. Ela tem o objetivo de investigar o acesso, o uso e apropriação das tecnologias de informação e comunicação por organizações como sindicatos, associações, fundações e organizações religiosas no Brasil.
O estudo busca compreender os impactos das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) no trabalho e na relação entre essas organizações e suas comunidades de atuação. Alguns dos resultados encontrados foram:
- 35% das organizações sem fins lucrativos captam recursos, mas só 28% têm área de captação
- 37% das organizações sem fins lucrativos têm site, mas apenas 6% recebem doações pela internet
- 52% das OSCs recebem doações de pessoas físicas, e 17% captam recursos com empresas
Mais indicadores e informações sobre a pesquisa e realidade de captação das OSCs nacionais, você encontra aqui.
De quem captamos?
Um dos maiores desafios das organizações não governamentais é conseguir recursos para continuar ou ampliar seus projetos. Diante da difícil situação financeira no nosso país, tanto as pequenas instituições quanto as grandes estão com algumas dificuldades para arrecadar fundos. Nos últimos tempos, alguns dados relevantes a respeito dos resultados conquistados pelas OSCs nacionais são:
Em 2015, 77% dos brasileiros doaram recursos para o Terceiro Setor. O volume total de doações naquele ano foi estimado em R$ 13,7 bilhões, ou 0,23% do PIB.
R$ 2,4 bilhões foi o valor, em 2016, do investimento social de 268 das maiores empresas do Brasil e de 18 fundações empresariais, mas apenas R$ 512 milhões foram doados às instituições sem ligação com as entidades doadoras. Em 2016, 52% das organizações disseram receber doações voluntárias: 21% doações de governos municipais e 17% doações de empresas (percentuais não cumulativos).
Por meio de quem captamos?
Muitas vezes, para tirar suas ideias do papel e torná-las realidade na atuação no Terceiro Setor você vai precisar da colaboração de um captador de recursos, que é o profissional que vai realizar essa atividade e contribuir para a entrada de recursos para sua organização.
O captador de recursos é um profissional que pode atuar de diversas formas junto a uma ou mais organizações. Ele pode ser:
- Funcionário da organização: contratado em regime CLT (lei trabalhista), com vínculo de exclusividade ou não
- Autônomo: profissional contratado de forma pontual para atuar em determinada ação ou projeto
- Consultor: profissional contratado para estruturar a captação de recursos ou atuar de forma pontual em determinado projeto, pode também ser responsável pela preparação e qualificação da equipe de captação de recursos da organização
Em alguns destes regimes de atuação, há possibilidade de atuar com uma ou mais organizações, promovendo a transformação social. Alguns dados que refletem na importância dessas pessoas e processos são:
- 34 mil captadores recebem o boletim da Associação Brasileira de Captadores de Recursos
- 54,63% dos captadores são funcionários das organizações para as quais trabalham
- 59,3% dos captadores recebem remuneração fixa pré-combinada e 29,15% são captadores voluntários
Faça parte dessas estatísticas
O papel das Organizações da Sociedade Civil no nosso dia a dia consolida-se, cada vez mais, como essencial para a promoção de campanhas e ações que contribuem com comunidades em situação de vulnerabilidade. Inspire-se por esses resultados já alcançados e arregace as mangas para impactar cada vez mais pessoas e transformar a realidade em que eles vivem.
Fonte: Captamos, adaptado por Nossa Causa.