Por Roberto Ravagnani
Para tudo neste mundo temos que fazer e ser melhor sempre e com o trabalho voluntário não poderia ser diferente: tem que evoluir, se respaldar, ter boas práticas de gestão e impactar de verdade o meio.
Certo, mas fazer tudo isso tem um custo? Sim, com certeza tem.
Já ouviram dizer que para ganhar dinheiro tem que gastar dinheiro? Creio que sim e ouso aqui trazer isso para o trabalho voluntário. Para se ter um trabalho voluntário engajado, com impacto real no meio, tem que investir. E muito mais do que recursos e tempo, tem que ter um gestor à frente disso.
A grande questão é que muitos se aventuram na gestão e/ou criação de um programa ou mesmo um projeto de voluntariado, embasado na boa vontade e na possibilidade de farta obtenção de recursos, através da prestação de serviços.
Assim se cria um mercado que tem muitos bons profissionais e outros muitos aventureiros, que por conta de valores baixos acabam conseguindo trabalhos, mas de forma geral deixam uma experiência ruim e assim deteriora este mercado, pois em muitos lugares funciona assim, um mercado se destaca de alguma forma e todos se viram para ele, independentemente de sua formação ou experiência, mas querem aproveitar a onda e surfar nela de alguma forma.
Triste, pois aqueles que se dedicaram a estudar e se debruçaram sobre as práticas reais e não somente as ideais, sofrem quando buscam se colocar neste mercado.
Creio que muitos devem pensar que é assim em muitos setores, eu também acredito que sim, mas quando se trata do trabalho voluntário, me deixa muito triste pois deveríamos ter um zelo maior em relação a ele e sim ter os profissionais dedicados a causa, até por que merecemos crescer, mas deveríamos também nos preocupar em dar oportunidades para que todas as OSCs pudessem ter acesso aos profissionais competentes no assunto, com valores justos, o que fica difícil visto a quantidade de aventureiros.
Creio que isto foi muito mais um desabafo do que um artigo, mas fica a reflexão do que estamos fazendo dentro do terceiro setor e dentro do voluntariado. Será que realmente temos uma missão ou somente queremos mercantilizar e canalizá-lo?
Espero que todos os profissionais que lerem este texto possam refletir seu papel no mercado do voluntariado e no terceiro setor.
Roberto Ravagnani é palestrante, jornalista (MTB 0084753/SP), radialista (DRT 22.201), Consultor especialista em voluntariado, ESG e responsabilidade social empresarial. Voluntário palhaço hospitalar, Conselheiro Diretor da Rede Filantropia, CEO da empresa de consultoria R. R. Desenvolvimento e Transformação Humana LTDA e do VOL, porta voz pela ONU, Associado da VRS Consult da Guatemala, prof. de Voluntariado da PADLA University- México e Único Brasileiro Consultor acreditado internacionalmente por Empresability . @roberto.ravagnani