Somos todos cegos,
Por não enxergarmos as pequenezas do mundo,
A miudeza das coisas simples,
As inocências do afeto,
Os movimentos soltos.
Somos todos surdos,
Por não ouvirmos bons conselhos,
Ignorarmos as palavras francas.
Falarmos em demasia
Ao passo que
Somos todos mudos,
Por aceitarmos as injustiça
E os conflitos,
Sendo minoria.
A minoria sempre quieta.
Por vezes
Nos faltam os braços
Para acolher, afagar,
Recepcionar,
ABRAÇAR!
E com os braços,
Vão se os ombros
Que poderiam, utilmente
Servir de casa,
Consolo.
Também nos faltam as pernas
Quando o sonho é alto.
Quando é devaneio
E o caminho difícil
A desistência é instantânea
É, acho que somos todos pessoas com deficiências.
Julgando os outros
Mas olhemos: Nos falta amor, respeito, simplicidade
Zelo, motivação, compaixão.
Nos falta olhos, ouvidos, pernas e braços.
Porque
Estupidamente, atribuímos a esses membros
Funções tão inúteis, que deveriam envergonhar a humanidade.