Por mais que tomemos cuidado ou nos policiemos, todos nós temos vieses inconscientes, também conhecidos como vieses de preconceito implícito. E é nosso dever procurar combatê-los, mesmo que seja essa uma tarefa bem difícil. Quer descobrir um pouco mais? Siga lendo.
Vieses inconscientes são sistemáticos
Os vieses são deduções, convicções ou atitudes entendidas que se precipitam do inconsciente. Todos nós evocamos aos vieses como desvios mentais para o processamento ágil de informações. Eles se fortalecem ao longo da vida, à medida que somamos experiências e nos sujeitamos — sem qualquer consciência — a estereótipos diversos.
Os vieses implícitos são estereótipos inconscientes que, involuntariamente, podem afetar a maneira como agimos e pensamos.
Na vida cotidiana, bem como nas empresas, juízos de valor e generalizações afetam as relações, culminando em resultados muito negativos e crenças profundas.
Podem ser preconceitos como “mulheres não são líderes em empresas porque abandonam a carreira profissional para serem mães” ou “jovens não são comprometidos com a organização”.
Dessa forma, a aceitação das empresas sobre a diversidade faz com que a discriminação seja mitigada e se manifeste com menos impetuosidade.
Quais são os tipos de vieses inconscientes?
Existem inúmeros exemplos de vieses inconscientes. Buster Benson, especialista na área, por exemplo, chegou a listar 188 categorias de vieses. Trazemos aqui três exemplos:
Viés por afinidade: predileção por pessoas que sejam mais como uma dada pessoa, no que se diz respeito a questões ideológicas, atitudes, aparência, religião etc. Esse padrão faz com que tenhamos uma tendência a julgar melhor quem se parece mais conosco.
Nas empresas, esse é a categoria de viés mais comum, pois desfavorece a diversidade em altos postos hierárquicos. Geralmente, quem tem o poder de decisão na contratação de um profissional acaba escolhendo pessoas muito parecidas consigo, essas que automaticamente serão seus pares, e isso se perpetua incessantemente.
Efeito chifre: é o oposto do efeito halo. Trata-se de um viés que nos leva a crer na imagem negativa de alguém em função de uma característica. Essa marcação em um único traço de comportamento ou estilo de alguém favorece os juízos injustos sobre caráter.
Por exemplo, quando um funcionário da empresa é formado em uma faculdade B sendo visto como alguém pouco competente por julgarem que não será um bom profissional.
Preconceito de gênero: é o favorecimento de um gênero em detrimento de outro, e também conhecido como sexismo. Ocorre quando alguém associa inconscientemente certos estereótipos a gêneros específicos, o que pode afetar o recrutamento e as dinâmicas de relacionamento na empresa.
Um bom exemplo é a diferença salarial entre homens e mulheres em determinadas funções, sobretudo aquelas tidas como mais “masculinas”, como as exatas e altos cargos de liderança.
E nos lugares que você frequenta? Você consegue notar esses vieses?
Artigo escrito por Anna Castanha,
Especialista em comunicação, diversidade e inclusão nas organizações, palestrante e criadora de conteúdo digital.