Já ouvi muita gente dizendo que largou tudo: para viajar, recomeçar, casar, viver intensamente, valorizar experiências… Mas, largar o que?
Quando esse questionamento é feito, logo vem outra dúvida intrínseca à mania que temos de dizer que é necessário largar alguma coisa para ser feliz de verdade.
Não sabemos de fato o que largamos quando decidimos fazer diferente, porque não desprezamos nossa história para seguir em frente. Entretanto, da mochila da vida, é necessário tirar alguns pesos dispensáveis. Essa bagagem em excesso não pode ser chamada de tudo, ou seja, não desdenhamos dos caminhos pelos quais passamos, até porque eles nos conduziram ao nosso lugar no mundo.
Para fazer diferente, não devemos diminuir as experiências vividas durante nosso processo de amadurecimento: boas ou ruins, foram necessárias para nos ensinar algo, afinal, só reconhecemos um acerto depois de alguns erros.
E assim construímos uma jornada de capítulos somados que nos transportam ao que chamamos de felicidade verdadeira: uma vida pautada em novidades, experiências reais e intensas, reviravoltas e recomeços, agora não mais vistos como erros e sim oportunidades!
O segredo de uma vida diferente, tende a ser o reconhecimento de que a monotonia é cômoda, mas não adequada. Partindo dessa máxima, você poderá fazer escolhas concretas que possivelmente te conduzirão a um caminho repleto de descobertas novas acerca do mundo e da sua própria essência.
Com o passar do tempo, vamos acumulando aprendizados que nos mostram uma verdade real: não largamos nada! Funciona como a leitura de um livro, de certa forma, todas as páginas anteriores foram necessárias para termos alcançado o final e compreendido toda a obra.
A vida é feita de casos, histórias, letras e poesias. Achamos que há desprezo por essas coisas, mas elas simbolizam o fio condutor até o alcance dos nossos sonhos.
Em suma, a felicidade é algo subjetivo. Não pode ser concreta, é inconstante e tecida por momentos e memórias. Para alcançá-la, pegamos tudo que foi apurado ao longo de nossa jornada, atribuindo a devida importância e reconhecendo que podemos seguir em frente sem o peso das escolhas ou noção de involução. Partimos, apanhadores de nossas próprias histórias.
Fotos: Niki Boon Photography
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