Pra quem não se lembra, ou não sabe, um tempo atrás não existia GPS, celular e outros mecanismos de navegação.
E para navegar por aí pela imensidão do mar, os marinheiros tinham que ter coragem e ir desbravando e torcendo pra não ter uma morte terrível. Pra não virar o tempo, pra que não acabasse a comida, pra não ficar doente ou que simplesmente o navio não naufragasse. Pegavam uma bússola, um mapa e uma dose de loucura e partiam.
No meio de uma tempestade, na escuridão e com água na cara, às vezes eles davam sorte e enxergavam uma luz. Majestoso e esperançoso, lá estava o farol, um pontinho na escuridão dizendo: “Hey! Aqui tem terra, pode abarcar”. Meio que falando, “se eu cheguei aqui, você também chega, meu velho”.
É mais ou menos assim na vida. Todos temos uma lanterna que usamos pra iluminar nosso caminho que é escuro e nebuloso, vamos fazendo uma trajetória que por muitas vezes parece difícil e pouco iluminada; e por muito tempo ficamos na escuridão, sozinhos.
Mas não nos damos conta que estamos sendo um farol para os outros que nos seguem, sendo um novo horizonte pra alguém, dizendo que é possível chegar até ali.
Logo, se desistirmos do que buscamos e apagarmos nossa luz, não estamos simplesmente desistindo, estamos fechando o caminho para alguém que vai nos seguir logo depois. Se a luz se apagar, outra pessoa vai ter que ir até lá para iluminar.
Somos faróis com pernas, porque além de servir como navegação, temos a sorte de podermos caminhar e descobrir o desconhecido que pode ser bom ou ruim. E não importa o que estamos iluminando, contanto que os outros consigam enxergar.
A próxima vez que você pensar em desistir, lembre-se: “como se atreve a apagar a luz dos outros?”.
*Arte do amigo Daniel Ferreira