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Alagoana, Nise da Silveira nasceu no dia 15 de fevereiro de 1905. Aos 16 anos, entrou para a Faculdade de Medicina da Bahia, sendo a única mulher de sua turma.
Lembrando que, na época, além das áreas de magistério e enfermagem, a população feminina não tinha acesso às profissões da esfera pública. Nise se formou aos 21 anos, com especialidade em Psiquiatria, tendo apresentado, como monografia de final do curso, uma pesquisa com infratoras (ladras, assassinas e prostitutas) em um cárcere de Salvador.
Casou com o médico sanitarista Mário Magalhães, partiu para o Rio de Janeiro e, durante 6 anos, trabalhou no Hospital da Praia Vermelha.
Depois da revolta de 1935, como militante da Aliança Nacional Libertadora (ANL), foi acusada de ser comunista e foi presa, durante 16 meses, na Casa de Detenção da Rua Frei Caneca. Ela dividiu o cárcere com Olga Prestes e Graciliano Ramos, que, inclusive, lembra-se do dia que a conheceu em seu livro Memórias do Cárcere:
De pijama, sem sapatos, seguro à verga preta, achei-me ridículo e vazio; certamente causava impressão muito infeliz. Nise, acanhada, tinha um sorriso doce, fitava-me os bugalhos enormes, e isto me agravava a perturbação, magnetizava-me. Balbuciou imprecisões, guardou silêncio, provavelmente se arrependeu de me haver convidado para deixar-me assim confuso.
Ao sair do cárcere, não conseguiu se reintegrar no mercado de trabalho e, somente após o advento da anistia, pode voltar ao serviço público.
Nise era discípula de Carl Gustav Jung e jamais se conformou com os métodos violentos empregados para tratar os doentes mentais.
Radicalmente contra os procedimentos da época como confinamento, eletrochoques, insulinoterapia e lobotomias, a psiquiatra buscou alternativas para tratar a loucura, nas atividades voltadas para a expressividade.
Considerava a idéia de inclusão, transformação e cura, através da arte, como base para o tratamento das doenças mentais, particularmente a esquizofrenia. Tal doença, ela afirmava, nada mais era que uma manifestação de vários “estados de ser”, desencadeados por situações extremas, responsáveis pela desagregação do ego.
Ela também foi pioneira na pesquisa das relações emocionais entre pacientes e animais.
Por discordar dos tratamentos tradicionais, foi transferida para a Seção de Terapia Ocupacional, que se resumia a tarefas de limpeza e manutenção do hospital. Lá revolucionou o tratamento clínico dos pacientes ao criar ateliês de pintura e modelagem. As obras dos pacientes comprovaram as teorias de Jung sobre o inconsciente coletivo.
No Rio de Janeiro, em 1952, fundou o Museu do Inconsciente para abrigar este acervo e, em 1956, a Casa das Palmeiras, um centro de reabilitação para pacientes egressos de hospitais psiquiátricos. Em setembro de 1957, participou do II Congresso Internacional de Psiquiatria, em Zurique, onde apresentou um trabalho e expôs parte do acervo do Museu do Inconsciente – a exposição foi aberta pelo Jung.
Nise da Silveira faleceu devido a insuficiência respiratória, em 30 de outubro de 1999, no Rio de janeiro, aos 94 anos.
Inspiradora, Nise deixou algumas obras:
É necessário se espantar, se indignar e se contagiar, só assim é possível mudar a realidade.
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