O que é e como criar Valor Compartilhado

Redação
4 de maio de 2018
  • Gestão
  • Terceiro Setor
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Um tempo atrás, a Harvard Business Review publicou um artigo sobre valores compartilhados, um conceito que diz que toda geração de valor econômico deve gerar também um valor para a sociedade, algo que realmente contribua para que ela enfrente seus desafios e problemas.

Muito se fala em “responsabilidade social” dentro das empresas, porém muitas delas veem a questão social somente como uma ferramenta de resposta a pressões externas e não como algo que seja realmente fundamental para a sua produtividade e crescimento, afinal se o mundo vai bem, as empresas vão bem. Por exemplo, a companhia deve ver a questão de economizar água como uma atitude essencial para o seu desenvolvimento e, portanto, economizar água deve ser prioridade e não uma atividade de responsabilidade social.

Segundo o artigo, para que haja uma verdadeira mudança na sociedade, é preciso reconectar o sucesso da empresa ao progresso de todos.

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Empresas como o Google, IBM, Intel, Johnson & Johnson, Nestlé, Unilever e Walmart já começaram a planejar iniciativas importantes para gerar valor compartilhado ao redefinir a relação do desempenho empresarial com a melhora da sociedade. Infelizmente, ainda não é todo mundo que compreende a importância do valor compartilhado. Para que esse modelo possa ser realmente implementado, líderes e gerentes terão de adquirir novas habilidades e conhecimentos, como, por exemplo, uma apreciação muito mais profunda das necessidades da sociedade, uma maior compreensão das verdadeiras bases da produtividade da empresa e a capacidade de colaborar em conjunto com organizações da sociedade civil.

O conceito de valor compartilhado defende que as necessidades da sociedade, e não só necessidades econômicas, definem o mercado. Ou seja, questões sociais geram custos internos para a empresa, como o desperdício de energia ou matéria-prima, necessidade de treinamento para compensar insuficiências na educação, etc. O enfrentamento desses problemas, ao invés de gerar mais custos à empresa faz com que ela cresça com a adesão de novas tecnologias, métodos, operações e abordagens de gestão, aumente sua produtividade e expanda seu mercado.

Sociedade, instituições e empresas podem trabalhar juntas para a construção de um futuro que será favorável para todos e para a sustentabilidade do nosso planeta.

Case de sucesso

Um exemplo de empresa que resolveu adotar o modelo de Valor Compartilhado foi a Votorantim, que em 2010 decidiu implantar uma nova unidade integrada de produção de cimento no município de Primavera, no Pará – veja o relato da empresa sobre o projeto:

Além dos desafios técnicos e operacionais do projeto, a empresa também considerou o aspecto social na localidade. A cidade ocupava a 4.695ª posição no ranking brasileiro do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). O dado era reflexo da baixa escolaridade da população, da ausência de atividades econômicas e dos déficits na infraestrutura e na oferta de serviços públicos.

*Imagens retiradas do site Brasil Solidário.

Para contribuir com o desenvolvimento da localidade, a empresa, em parceria com o Instituto Votorantim, criou o projeto Primavera Sustentável, que desenvolve diversas ações na cidade nas áreas de educação, saúde, infraestrutura e saneamento.

Até 2015, foram aportados R$ 10 milhões na iniciativa e, em 2016, outros R$ 2 milhões foram investidos em segurança pública. Após cinco anos de atuação social, um estudo mensurou o impacto dos aportes feitos em Primavera e o retorno do investimento para a empresa. O resultado? Um retorno de R$ 4,54 para cada real investido no local, mostrando que os investimentos sociais geram retorno.

Leia mais sobre o projeto clicando aqui.

O caso da Votorantim prova o argumento da Harvard Business Review de que a criação de valor social será uma das mais poderosas forças motrizes do crescimento econômico mundial. Essa ideia representa uma nova forma de entender clientes, produtividade e influências externas sobre o sucesso da empresa, colocando o enfrentamento de questões sociais e comunitárias como vantagens competitivas a serem obtidas com seu enfrentamento.

A previsão é de que a adoção do valor compartilhado seja uma alternativa mais eficaz e muito mais sustentável do que a maioria das iniciativas empresariais que existem hoje no âmbito social. Que tal repensar a estratégia que a sua empresa adota hoje como responsabilidade social e transformá-la em uma ferramenta-chave para o crescimento de mercado e a construção de uma comunidade mais justa e consciente?

Fonte: Coletivo Inclusão

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