
*Por Roberto Ravagnani
Estamos em 2024, e, até hoje, apesar de toda inovação social, desenvolvimento enquanto sociedade e apelo cultural, o voluntariado ainda é sinônimo de ócio.
Não recebendo apoio governamental, nem mesmo de empresas parceiras (com raras exceções), o voluntariado é visto como algo a se deixar para depois, como um zero à esquerda, como não importante, urgente e necessário.
Com a tragédia que assola o Rio Grande do Sul, fica evidente o quanto esse mesmo voluntariado, antes estigmatizado, ganha a atenção de todos diante dos problemas. Agora, são heróis sem capa, símbolo de mobilização e força. Por isso, o trabalho que os voluntários fazem, muitas vezes sem apoio e recursos, não deveria ser surpresa para a sociedade.
É preciso lembrar não apenas desta tragédia, mas de tantas outras. São eles que erguem as mangas, trabalhando noite e dia para ajudar os afetados. E é essa recompensa de ajudar o próximo que move milhares de pessoas, mesmo arriscando suas vidas.
Porém, as manifestações de apreço concedidas aos voluntários logo cairão no esquecimento, e retornaremos ao que éramos: uma mera adição, até que sejamos novamente lembrados na cena pública na próxima grande crise. E aqui estarei novamente, revisitando o passado, refletindo sobre o presente e especulando sobre o futuro.
Antes que cheguem as críticas, tenho ideias para mitigar tal condição: dedico-me diariamente a tal propósito, mantendo diálogo contínuo com as esferas governamentais. Contudo, reconheço que somos ainda poucos a forjar esperança em circunstâncias adversas.
*Roberto Ravagnani é palestrante, jornalista, radialista e consultor de ESG, voluntariado e sustentabilidade.
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