Mulheres negras podem levar até 184 anos para realizar o sonho da casa própria, aponta levantamento

ONG News
7 de abril de 2025
  • Mulheres
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A ONG Habitat para a Humanidade Brasil lançou nesta quinta-feira (28) a campanha “Sem moradia digna, não há futuro”, revelando dados alarmantes sobre a desigualdade de gênero no acesso à moradia no Brasil. O levantamento, intitulado “Sem moradia digna, não há justiça de gênero”, (acesse aqui) aponta que mulheres negras podem levar até 184 anos, ou sete gerações, para conquistar a casa própria, refletindo um ciclo de desigualdade que limita o acesso a condições adequadas de vida.

De acordo com o estudo, o déficit habitacional no país atinge 6,2 milhões de domicílios, enquanto outros 26,5 milhões de lares enfrentam condições precárias, como problemas de infraestrutura e insegurança fundiária. A pesquisa destaca que 62,6% das residências em situação de déficit habitacional são chefiadas por mulheres, o que evidencia a sobrecarga enfrentada por elas, especialmente por aquelas em contextos de vulnerabilidade, como as mulheres negras. Para piorar, elas gastam cerca de 30% de sua renda com aluguel, o que compromete ainda mais seu orçamento, enquanto enfrentam jornadas de trabalho longas e mal remuneradas, além da responsabilidade pelo cuidado não remunerado de filhos e familiares.

A situação é ainda mais grave para as mulheres negras. O levantamento mostra que, com a renda média de uma mulher negra no Brasil, seriam necessários 184 anos para reunir o valor suficiente para comprar uma casa em uma favela. Esse dado leva em consideração um cenário hipotético em que ela não tem imprevistos, doenças ou lazer, e consegue economizar apenas R$ 31,62 por mês. Mesmo em um cenário extremamente restritivo, o sonho da casa própria se torna quase impossível de ser alcançado.

A pesquisa também aponta que a falta de moradia digna tem consequências graves para a saúde e segurança das mulheres e de suas famílias. A violência doméstica, problemas de saúde mental e a falta de acesso a serviços básicos, como saneamento e educação, agravam ainda mais as condições de vida dessas mulheres. Raquel Ludermir, Gerente de Incidência Política da Habitat para a Humanidade Brasil, afirma que “sem moradia digna, as mulheres pagam um preço altíssimo, comprometendo sua saúde física e mental, seus sonhos e a chance de um futuro melhor”. Para ela, garantir o direito à moradia digna é essencial para a construção de um futuro mais justo e igualitário, principalmente para as mulheres, que são as principais responsáveis pelo cuidado da família e pela transformação das comunidades.

(Redação Nota Social)

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