
De acordo com o relatório “A importância do Terceiro Setor para o PIB no Brasil e suas regiões”, elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o setor movimentou mais de R$ 221 bilhões em valores adicionados, o equivalente a 4,27% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. O estudo também aponta que o segmento contribuiu diretamente para a manutenção de 5,9 milhões de empregos em todo o país.
O Terceiro Setor movimenta mais de R$ 221 bilhões em valores adicionados, cifra que contribuiu com 4,27% do Produto Interno Bruto (PIB) e ajudou na manutenção de 5,9 milhões de empregos. É o que aponta o relatório “A importância do Terceiro Setor para o PIB no Brasil e suas regiões”, elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Os dados reforçam o impacto econômico e social da filantropia no Brasil, que vai além das ações voluntárias, influenciando também indicadores de renda, trabalho e desenvolvimento local. No entanto, especialistas alertam que o fortalecimento do setor ainda depende do engajamento conjunto da sociedade, da iniciativa privada e do poder público, especialmente no incentivo à cultura da doação.
Segundo a terceira edição da “Pesquisa Doação Brasil”, realizada pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), cerca de 42,5 milhões de brasileiros realizaram doações monetárias para Organizações da Sociedade Civil (OSCs), totalizando R$ 12,8 bilhões em recursos. As OSCs atuam em diversas causas e regiões do país, levando serviços e apoio onde muitas vezes o Estado não alcança.
Apesar dos números expressivos, a doação de dinheiro ainda não é a forma preferida de contribuição entre os brasileiros. João Paulo Vergueiro, diretor para América Latina e Caribe do movimento GivingTuesday, responsável pelo “Dia de Doar” no Brasil, destaca que há formas de generosidade que não são plenamente captadas pelas pesquisas, como o voluntariado e a doação de bens. “Existe muita generosidade local, muitas boas ações realizadas nas comunidades, bairros, distritos, em eventos populares, igrejas, associações comunitárias. Mas isso é muito difícil para medirmos”, afirma.
Embora o setor privado e a sociedade civil avancem em iniciativas de solidariedade, a atuação do Estado ainda é considerada limitada no estímulo à cultura da doação. Um dos principais entraves, segundo Vergueiro, está na complexidade das leis e na falta de instrumentos mais simples para incentivar a participação cidadã.
Atualmente, uma das poucas possibilidades de doação incentivada no país é por meio da renúncia fiscal do Imposto de Renda. Quem faz a declaração completa pode destinar entre 3% e 7% do imposto devido a causas sociais, embora não possa escolher a organização específica.Para superar essa limitação, especialistas defendem a criação da “Lei Unificada da Doação Incentivada (LUDI)”, que permitiria ao contribuinte direcionar o valor a instituições e causas de sua preferência, com abatimento direto no IR. A medida, além de simplificar o processo, poderia ampliar significativamente o número de doadores institucionais no país. “Hoje, o que vemos é que o Estado não entende a importância da doação e, portanto, não promove a participação cidadã a partir dela. Vamos lutar para que isso mude, de forma que a sociedade seja transformada”, finaliza Vergueiro.
(Redação ONG News)
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